Já Somerset Maugham e Mark Twain aconselhavam cortar todos os adjectivos, de onde se tirou em português o aforismo «escrever é cortar palavras», apòcrifamente atribuida a Drummond de Andrade; e Blaise Pascal escreveu uma vez que se tivesse tido mais tempo teria feito uma carta mais curta [“Je n’ai fait celle-ci plus longue que parce que je n’ai pas eu le loisir de la faire plus courte.” — Les Provinciales, 1656, Seizième lettre aux révérends pères jésuites).
quinta-feira, 27 de janeiro de 2022
A Narrativa de Ficção ― COMPOSIÇÃO (II)
Já Somerset Maugham e Mark Twain aconselhavam cortar todos os adjectivos, de onde se tirou em português o aforismo «escrever é cortar palavras», apòcrifamente atribuida a Drummond de Andrade; e Blaise Pascal escreveu uma vez que se tivesse tido mais tempo teria feito uma carta mais curta [“Je n’ai fait celle-ci plus longue que parce que je n’ai pas eu le loisir de la faire plus courte.” — Les Provinciales, 1656, Seizième lettre aux révérends pères jésuites).
quinta-feira, 20 de janeiro de 2022
A Narrativa de Ficção ― BIBLIOGRAFIA
1. Teoria e análise
• Carlos Reis (2018) Dicionário de Estudos Narrativos. Almedina, Coimbra, Portugal. Actualiza e certamente complementa a versão de 1987, com Ana Cristina M. Lopes, mas, a meu ver, não a substitui: muitas das entradas reformuladas ficam muito aquém das primitivas.
• Samuel Mateus (2018) Introdução à Retórica no Séc. XXI. LabCom.IFP, Covilhã, Portugal.
• Agnaldo Martino (2014) Português Esquematizado®: Gramática, Interpretação de Texto, Redação Oficial, Redação Discursiva, 3.ª ed. rev. Saraiva, São Paulo, Brasil.
• Othon Moacyr Garcia (2010) Comunicação em prosa moderna, 27.ª edição. Editora FGV, Rio de Janeiro, Brasil. Obra essencial para bem comunicar na língua portuguesa, oferece um roteiro para análise do texto narrativo (pp. 345-427, 509-553).
• Carlos Ceia (2007) A Construção do Romance. Almedina, Coimbra, Portugal.
• Cândida Vilares Gancho (2006) Como analisar narrativas, 9.ª edição. Editora Ática, São Paulo, Brasil. Pequena obra sobre os elementos da narrativa com vários exemplos e uma proposta de protocolo de análise do texto narrativo.
• Shlomith Rimmon-Kenan (2002) Narrative Fiction ― Contemporary Poetics, 2nd edition (New Accents) [1st edition, 1983]. Routledge, London & New York NY.
• Ligia Chiappini Moraes Leite (2002) O foco narrativo, 10.ª edição. Editora Ática, São Paulo, Brasil.
• Carlos Reis (2001) O Conhecimento da Literatura: Introdução aos Estudos Literários, 2.ª edição (1.ª edição 1995). Almedina, Coimbra, Portugal [2.ª edição brasileira (1.ª edição 2003), EdiPUCRS, Porto Alegre RS, Brasil, 2013].
• Rodolfo Ilari (2001) Introdução à Semântica – Brincando com a Gramática. Editora Contexto, São Paulo, Brasil.
• Carlos Ceia (1999) E-Dicionário de Termos Literários. ISBN: 989-20-0088-9, <http://www.edtl.com.pt>, consultado em 13-02-2022 <https://edtl.fcsh.unl.pt/>, consultado em 29-10-2023.
• Yves Reuter (1997) L’analyse du récit. Dunod, Paris, France [A análise da narrativa, DIFEL, Rio de Janeiro, Brasil; tradução de Mario Pontes, 2002].
• Margarida Bassols & Anna M. Torrent (1996) Models textuals. Teoria i pràctica. Eumo Editorial, Barcelona, Espanha [Modelos Textuales. Teoria y Practica. Ediciones Octaedro, Barcelona, Espanha; tradução das próprias autoras, 1997].
• Umberto Eco (1994) Six walks in the fictional woods. Harvard University Press, Cambridge MA, Estados Unidos [Seis passeios pelos bosques da ficção. Companhia das Letras, São Paulo, Brasil; tradução de Hildegard Feist, 2006].
• Henrique J. C. de Oliveira (1993 e 1995) Gramática da Comunicação, 2 vols., col. Textos ISCIA. FEDRAVE, Aveiro, Portugal. <http://ww3.aeje.pt/avcultur/hjco/GramCom/index.htm>, consultado em 15-02-2022.
• Gérard Genette (1991) Fiction et Diction. Éditions du Seuil, Paris, França
• Carlos Reis & Ana Cristina M. Lopes (1987) Dicionário de Narratologia. Almedina, Coimbra, Portugal [edição brasileira: Dicionário de Teoria da Narrativa. Editora Ática, São Paulo, Brasil, 1988].
• Vítor Manuel de Aguiar e Silva (1987) Teoria da literatura, 8.ª edição. Almedina, Coimbra, Portugal. Monumental e completíssima obra, aborda tudo desde semiótica à história da literatura; no capítulo 10 discorre sobre o gênero romance.
• Samira Nahid de Mesquita (1987) O enredo, 2.ª edição. Editora Ática, São Paulo, Brasil.
• Celso Cunha & Luís F. Lindley Cintra (1985) Breve Gramática do Português Contemporâneo. Edições Sá da Costa, Lisboa, Portugal. Versão abreviada, mas perfeitamente suficiente, da Nova Gramática do Português Contemporâneo, pelos mesmos autores e editora, 1984 (e também pela Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1985).
• Beth Brait (1985) A personagem. Editora Ática, São Paulo, Brasil.
• Cesare Segre (1985) Avviamento all'analisi del testo letterario. Giulio Einaudi editore, Torino, Itália [Principios de análisis del texto literario. Editorial Crítica, Barcelona, Espanha; tradução para o castelhano de María Pardo de Santayana, 1985].
• Gérard Genette (1983) Nouveau Discours du récit, Éditions du Seuil, Paris, França. Trabalho que ajusta e complementa o Discours du récit – essai de méthode, publicado em Figures III (1972).
• Carlos Reis (1978) Introdução à leitura d’Os Maias. Almedina, Coimbra, Portugal.
• Jacinto do Prado Coelho, dir. (1978) Dicionário de Literatura Portuguesa, Brasileira e Galega; Estilística Literária, 3.ª edição em 5 volumes [1.ª ed. 1960]. Livraria Figueirinhas, Porto, Portugal. Único trabalho aglomerador das três literaturas, actualmente um bocado datado, mas ainda bastante útil.
• Nelly Novaes Coelho (1974) Literatura e Linguagem. Edições Quíron, São Paulo, Brasil.
• Roland Bourneuf & Réal Ouellet (1972) L’univers du roman. Presses Universitaires de France, Paris, França [O universo do romance. Almedina, Coimbra, Portugal; tradução de José Carlos Seabra Pereira, 1976].
• Gérard Genette (1972) Figures III. Éditions du Seuil, Paris, França [Discurso da Narrativa. Vega, Lisboa, Portugal; tradução de Fernando Cabral Martins, com orientação de Maria Alzira Seixo, 1979; Narrative Discourse – An Essay in Method. Cornell University Press, Ithaca NY, Estados Unidos; translation by Jane E. Lewin, foreword by Jonathan Culler, 1980]. Trabalho absolutamente essencial para se compreender os componentes da narrativa de ficção! O seu Discours du récit – essai de méthode foi depois “reajustado e em certos aspectos corrigido” (Reis 2001, p. 267, nota 36, da 2.ª ed. brasileira, 2013) pelo autor em Nouveau Discours du récit (1983).
• Pilar Vázquez Cuesta & Maria Albertina Mendes da Luz (1971) Gramática Portuguesa, 3.ª edição revista [original em espanhol: 1.ª ed. 1949. 2.ª ed. aumentada 1961; Gramática da Língua Portuguesa. Edições 70, Lisboa, Portugal; tradução de Ana Maria Brito e Gabriela de Matos, 1980, impressão de 1989].
• Roland Barthes (1970) L’ancienne rhétorique [Aide-mémoire]. In: Communications, 16. Recherches rhétoriques, pp. 172-223; doi : 10.3406/comm.1970.1236 <https://www.persee.fr/doc/comm_0588-8018_1970_num_16_1_1236>, consultado em 15-02-2022.
• Gérard Genette (1969) Figures II. Éditions du Seuil, Paris, França.
• Massaud Moisés (1969) A Análise Literária. Editora Cultrix, São Paulo, Brasil.
• Massaud Moisés (1967) A Criação Literária ― Prosa I, 20.ª edição (2006). Editora Cultrix, São Paulo, Brasil.
• Roland Barthes (1966) Introduction à l’analyse structurale des récits. In: Communications, 8, pp. 1-27; doi : 10.3406_comm.1966.1113 <http://www.persee.fr/web/revues/home/prescript/article/comm_0588-8018_1966_num_8_1_1113>, consultado em 15-02-2022.
• Antônio Cândido, Anatol Rosenfeld, Décio de Almeida Prado & Paulo Emilio Salles Gomes (1964) A personagem de ficção, 4.ª ed. 1974. Editora Perspectiva, São Paulo, Brasil.
• Frederick Bodmer (1944) The Loom of Language: An Approach to the Mastery of Many Languages. W. W. Norton Company, New York NY, Estados Unidos. Obra, já clássica, onde o autor compara as gramáticas das línguas neolatinas ou «romances» entre elas (e as neogermânicas ou «teutónicas» entre elas), com um sucinto apanhado das particularidades de cada uma: “Portuguese is a halfway house between French and Italian” [em termos de aglutinação de artigo com preposição] (p. 361), “Portuguese is more extravagant than either Spanish or Italian” [nas formas de cortesia] (p. 371).
• Aristóteles (a. C.) Arte Retórica e Arte Poética.
2. Prática da escrita
Excluo todos os de escrita criativa porque penso que isso é diferente daquilo que me interessa aqui, mas deixo os autores portugueses: Cristina Norton, Luís Carmelo, Pedro Sena-Lino e João de Mancelos.
• João Tordo (2020) Manual de sobrevivência de um escritor, ou o pouco que sei sobre aquilo que faço. Companhia das Letras, Lisboa, Portugal.
• Luiz Antonio de Assis Brasil (2019) Escrever ficção: manual de criação literária. Companhia das Letras, São Paulo, Brasil.
• Mário de Carvalho (2018) Quem disser o contrário é porque tem razão. Porto Editora, Porto, Portugal.
• Julio Rocha (2013) Técnicas para escrever ficção. Livrateria, Rio de Janeiro, Brasil.
• James Scott Bell (2004) Plot & structure: techniques and exercises for crafting a plot that grips readers from start to finish. F+W Publications, Cincinnati OH, Estados Unidos.
• Joyce Carol Oates (2003) The Faith of a Writer: Life, Craft, Art. HarperCollins Publishers, New York NY, Estado Unidos.
• Lora Sabarich & Felipe Dintel (2001) Como Mejorar un Texto Literario. Alba Editorial, Barcelona, Espanha [Como Melhorar um Texto Literário: um manual prático para dominar as técnicas básicas da narração. Editora Gutenberg, São Paulo, Brasil; tradução de Gabriel Perissé, 2014].
• Louis Timbal-Duclaux (1994) J’écris des nouvelles et des contes. Éditions Écrire Aujourd’hui, Nantes, França [Eu escrevo contos e novelas. Editora Pergaminho, Lisboa, Portugal; tradução de Helena Moura, 1997]. Muito mais interessante e legível do que o sobre romances, apesar de lhe ser ostensivamente apenas um complemento.
• Louis Timbal-Duclaux (1993) J’écris mon premier roman. Éditions Écrire Aujourd’hui, Nantes, França [Eu escrevo o meu primeiro romance. Editora Pergaminho, Lisboa, Portugal; tradução de Helena Moura, 1997].
• Damon Knight (1981) Creating Short Fiction. Writer’s Digest Books, Cincinnati OH, Estados Unidos.
• José Luis López Cano (1975) Taller de Redacción, Segundo Semestre (Estilística). Editorial Esfinge, Naucalpan, México.
• Gary Provost (1972) 100 Ways to Improve Your Writing: Proven Professional Techniques for Writing With Style and Power [updated edition 2019]. Berkley, New York NY, Estados Unidos.
• Raymond Queneau (1947) Exercices de Style. Gallimard, Paris, France [Exercícios de Estilo. Colibri, Lisboa, Portugal].
• Antoine Albalat (1899) L’Art d’écrire enseigné en vingt leçons. Armand Colin & Cie. Éditeurs, Paris, França.
3. Livros escolares
Os livros da escola ainda são os melhores para aprender estas coisas!
• Vasco Moreira & Hilário Pimenta (1999) Dimensão Comunicativa – Português B 12.º Ano. Porto Editora, Porto, Portugal.
• Artur Veríssimo [coord.] et al. (1999) Ser em Português 11 B. Areal Editores, Porto, Portugal.
• Artur Veríssimo [coord.] et al. (1998) Ser em Português 10 B. Areal Editores, Porto, Portugal.
• António Quaresma Coelho & Ana Cristina Costa (1997) Língua Portuguesa 9. Constância Editores, Alfragide, Portugal.
• Maria Ascensão Teixeira & Maria Assunção Bettencourt [participação de João de Melo] (1997) Língua Portuguesa 9. Texto Editora, Lisboa, Portugal.
• Maria Ascensão Teixeira & Maria Assunção Bettencourt (1996) Língua Portuguesa 8. Texto Editora, Lisboa, Portugal.
• João Augusto da Fonseca Guerra & José Augusto da Silva Vieira (1995) Aula Viva – Língua Portuguesa 7.º Ano + O Meu Caderno de Actividades. Porto Editora, Porto, Portugal.
• Irene Cardona & Zilda Santos (1994) Viver e Aprender – Língua Portuguesa 6.º Ano. Texto Editora, Lisboa, Portugal.
• Álvaro Gomes, Fernando Paulo Baptista, Jorge Castro & Paula Couto [supervisão científica de Vítor Manuel de Aguiar e Silva] (1993) Sinfonia da Palavra 5 – Língua Portuguesa 5.º Ano. Edições ASA, Porto, Portugal.
• Álvaro Gomes (1987) Iniciação Activa ao Texto Literário. Areal Editores, Porto, Portugal.
• Mário Carmo & M. Carlos Dias (1977) Introdução ao Texto Literário: Noções de Linguística e Literariedade, 3.ª edição, revista e ampliada. Didáctica Editora, Lisboa, Portugal.
4. Corpus essencial da narrativa de ficção
Obras citadas por todos os autores que li:
• Ilíada, de Homero
• Odisseia, de Homero
• Bíblia Sagrada, livros cristãos
• Decámeron, de Bocaccio
• As Mil e Uma Noites, contos tradicionais asiáticos
• Dom Quixote, de Miguel de Cervantes Saavedra
• Madame Bovary, de Gustave Flaubert
• Ulisses, de James Joyce
Exclusivamente em língua portuguesa:
• Crónica de Dom João I, de Fernão Lopes
• Sermões, do Padre António Vieira
• O Primo Basílio, de Eça de Queirós
• Os Maias, de Eça de Queirós
• Dom Casmurro, de Machado de Assis
• Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Pessoalmente, eu incluiria também
• Cousas, de Alfonso Daniel Castelao (galego)
• A ilustre casa de Ramires, de Eça de Queirós
• Mar Morto, de Jorge Amado
• Uma abelha na chuva, de Carlos de Oliveira
• Contos, de Lygia Fagundes Telles
• A Hora da Estrela, de Clarice Lispector
5. Clássicos da narrativa de ficção na língua portuguesa
• Cancioneiros medievais
• Crónica de D. João I, Fernão Lopes
• Peregrinação, Fernão Mendes Pinto
• Menina e Moça, Bernardim Ribeiro
• Sermões, Padre António Vieira
Clássicos da narrativa de ficção portuguesa
• Lendas e Narrativas (1851), Alexandre Herculano
• Amor de Perdição (1862), Camilo Castelo Branco
• As Pupilas do Senhor Reitor (1867), Júlio Dinis
• Os Maias (1888), Eça de Queiroz
• Memorial do Convento (1982), José Saramago
• Viagens na Minha Terra (1846), Almeida Garrett
• A Brasileira de Prazins (1882), Camilo Castelo Branco
• Sôbolos Rios que Vão (2010), António Lobo Antunes
• A Sibila (1954), Agustina Bessa-Luís
• Húmus (1917), Raul Brandão
• Mau Tempo no Canal (1944), Vitorino Nemésio
• A Arte de Ser Português (1915), Teixeira de Pascoaes
• A Casa Grande de Romarigães (1957), Aquilino Ribeiro
• Aparição (1959), Vergílio Ferreira
• O Delfim (1968), José Cardoso Pires
• Uma Abelha na Chuva (1953), Carlos de Oliveira
• Maina Mendes (1969), Maria Velho da Costa
• Sinais de Fogo (1979), Jorge de Sena
Clássicos da narrativa de ficção brasileira
• Macunaíma (1928), Mário de Andrade
• Grande Sertão: Veredas (1956), João Guimarães Rosa
• Quarup (1967), Antônio Callado
• O Sítio do Pica-pau Amarelo (1920-1947), Monteiro Lobato
• Dom Casmurro (1899), Machado de Assis
• O Cortiço (1890), Aluísio Azevedo
• Gabriela, Cravo e Canela (1958), Jorge Amado
• Vidas Secas (1938), Graciliano Ramos
• A Paixão Segundo G.H. (1964), Clarice Lispector
• A Moreninha (1844), Joaquim Manoel de Macedo
• Iracema (1865), José de Alencar
• Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Machado de Assis
• O Ateneu (1888), Raul Pompeia
• As Três Marias (1939), Rachel de Queiroz
• A Escrava Isaura (1875), Bernardo Guimarães
• Os Sertões (1902), Euclides da Cunha
• O Guarani (1857), José de Alencar
• Memórias de um Sargento de Milícias (1854), Manuel Antônio de Almeida
• Incidente em Antares (1970), Érico Veríssimo
• Feliz Ano Novo (1975), Rubem Fonseca
• Budapeste (2003), Chico Buarque
Clássicos da narrativa de ficção galega, africana e timorense
• Os Dous de Sempre (1934), Alfonso Daniel Castelao
• O Porco de Pé (1928), Vicente Risco
• Os Camiños da Vida (1928), Ramón Otero Pedrayo
• Scorpio (1987), Ricardo Carvalho Calero
• Luuanda (1963), José Luandino Vieira
• Terra Sonâmbula (1992), Mia Couto
• Niketche: Uma História de Poligamia (2002), Paulina Chiziane
• Os Dois Irmãos (1995), Germano Almeida
• Kikia Matcho (1997), Filinto de Barros
• Crónica de uma travessia – A época do ai-dik-funam (1997), Luís Cardoso