terça-feira, 21 de março de 2017

Coleções de História Natural em Portugal

Segundo um primeiro levantamento das coleções de história natural, organizado pelo NatCol (que viria a ser designado em 2014 PRISC [1]), existiam um total de 2 113 619 espécimes nos acervos dos museus e universidades em Portugal [2]. Nesse levantamento este número repartia-se da seguinte maneira, por disciplinas:

Herbários........................ 1 501 948                                                   
Zoologia........................ 0 450 061                                                   
Geologia........................ 0 122 029                                                   
Arqueologia........................ 0 021 702                                                   
Antropologia........................ 0 017 879                                                   

Gosto de pensar que estes são número preliminares, estimados por baixo, porque uma grande parte das coleções não estarão sequer inventoriadas, enquanto muitas outras, pequenas porém importantes, estarão dispersas por museus municipais, institutos, escolas e privados. Segue uma listagem dos maiores acervos por instituição, com números a mor das vezes retirados dos websites das mesmas, suavemente atualizados em relação aos do PRISC. Em 2015 o IICT foi extinto e as suas coleções foram integradas na Universidade de Lisboa (fusão da Universidade Técnica com a Universidade Clássica em 2013), mas nesta lista eu considero-o ainda como instituição em parte inteira.


1. Universidade de Coimbra, Coimbra
Cerca de 1 348 400 objetos [3]. O Herbário tem cerca de 800 000 exemplares. O Museu da Ciência tem cerca de 548 400 objetos. A coleção do Museu reparte-se da seguinte maneira:

Zoologia ................ 500 000                  
Mineralogia e Geologia ................ 020 000                  
Antropologia ............. ~ 014 000                  
Medicina ............. > 005 000                  
Botânica (excl. o Herbário) ................ 003 400                  
Física ............. ~ 003 000                  
Química ............. > 001 000                  
Astronomia (+ 30 000 espectros solares) ............. > 001 000                  
Farmácia ............. ~ 001 000                 

Como só as disciplinas de Zoologia, Geologia, Antropologia e Botânica são tradicionalmente consideradas História Natural, só haverá 537 400 objetos de História Natural sensu stricto no Museu. Mas mesmo assim, com mais de 1 milhão de objetos entre o Museu e o Herbário, a Universidade de Coimbra tem as maiores coleções de História Natural do país. E tem ainda a Algoteca, isto é, a coleção de algas vivas, que contém cerca de 4 000 tubos de cultura, para não falar das coleções que existem forçosamente nos departamentos e faculdades e que não foram integradas no museu.


2. Universidade de Lisboa, Lisboa
Cerca de 678 316 objetos [5]. As coleções repartem-se assim:

Museu Nacional de História Natural e da Ciência
Total 644 236              
ZOOLOGIA.........................................total 303 630                    
Peixes............. ~ 075 000                    
Insectos............. ~ 066 000                    
Crustáceos............. ~ 058 000                    
Invertebrados não-artrópodes............. ~ 045 000                    
Tecidos e ADN............. ~ 026 000                    
Larvas de peixe............. ~ 017 000                    
Mamíferos............. ~ 006 000                    
Aracnídeos............. > 003 000                    
Aves............. ~ 002 700                    
Antropologia................ 001 830                    
Répteis............. ~ 001 700                    
Anfíbios............. ~ 001 400                    
BOTÂNICA.........................................total 251 280                    
Herbário de vasculares.............. 120 000                    
Herbário de briófitas.............. 070 000                    
Líquens.............. 040 000                    
Fungos.............. 012 000                    
Objetos naturais........... ~ 004 000                    
Sementes............. ~ 003 700                    
Carpoteca................ 001 580                    
GEOLOGIA..........................................total 089 326                    
Estratigrafia............. ~ 032 330                    
Coleções didáticas............. ~ 020 000                    
Paleontologia................ 017 989                    
Mineralogia................ 010 699                    
Petrologia................ 008 308                    

Departamentos e Faculdades
Aparentemente fora do MuHNaC, vários Departamentos e Faculdades da Universidade de Lisboa (da antiga Universidade Clássica de Lisboa, in fact) têm coleções de História Natural repartidas pelas disciplinas de Entomologia, Antropologia, Zoologia, Botânica, Petrologia, Farmácia e Medicina, num total de mais de 34 080 objetos [6].


3. Instituto de Investigação Científica Tropical, Lisboa

Cerca de 662 000 objetos, dos quais 520 000 espécimes biológicos e geológicos, e 142 000 artefactos arqueológicos e etnográficos [4]. Fora da História Natural, mas para referência (e dada a sua inquestionável importância), o IICT tem ainda 210 000 mapas e cartas, 730 000 fotografias e cerca de 16 km de documentação no Arquivo Histórico Ultramarino.


4. Museu Geológico, Lisboa
Um acervo estimado em 500 000 objetos [7]. As colecções repartem-se por quatro disciplinas principais: Geologia de Lisboa, Paleontologia, Mineralogia e Arqueologia.


5. Museu de História Natural da Universidade do Porto, Porto
Não encontro informação sobre o tamanho do acervo, mas imagino que esteja nas centenas de milhar, por isso incluo-o em 5.º lugar.


6. Museu de História Natural do Funchal, Funchal
Cerca de 41 166 objetos, ou > 47 000 registros (100 000 espécimes) [8].


7. Museu Carlos Machado, Ponta Delgada
O Herbário tem 32 232 exemplares [9].


8. Museu de História Natural de Sintra, Sintra
Cerca de 12 207 objetos [10] das seguintes disciplinas:

Paleontologia ............. 9 416                           
Malacologia ............. 1 347                           
Mineralogia ............. 0 900                           
Petrografia ............. 0 544                         

Possui coleções de paleontologia (fósseis, incluindo trilobites e alguns exemplares raros e bem conservados de dinossáurios), mineralogia (minerais incluindo alguns lapidados), malacologia (conchas de bivalves e gastrópodes), petrografia (rochas, incluindo meteoritos, entre os quais o Meteorito de Nantan (China) cujo impacto com a Terra foi referenciado em documentos do séc. XVI) e uma pequena biblioteca especializada. A principal atração é o esqueleto do dinossáurio Braseodactylus sp. proveniente da Chapada do Araripe (Ceará, Brasil).


#. Museu do Aquário Vasco da Gama, Oeiras (Dafundo)
Não encontro informação sobre o tamanho do acervo.

#. Museu da Lourinhã, Lourinhã
Não encontro informação sobre o tamanho do acervo.

#. Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja, Beja
Não encontro informação sobre o tamanho do acervo.

#. Museu Maynense da Academia das Ciências, Lisboa
Não encontro informação sobre o tamanho do acervo.

#. Museu de Geologia Fernando Real da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real
Não encontro informação sobre o tamanho do acervo.

#. Museu Oceanográfico Prof. Luiz Saldanha, Portinho da Arrábida
Não encontro informação sobre o tamanho do acervo.

#. Museu Marítimo de Ílhavo, Ílhavo
Malacologia (a maior coleção do país).


Portanto, somando os números conhecidos (incluído o meio milhão do Museu Geológico, talvez demasiado ambicioso - e daí se calhar não!) dá 3 274 412 espécimes, muito acima do total calculado no primeiro levantamento em 2011, ao qual ainda vão ter de ser somados os acervos sobre os quais eu não obtive informação e os vários herbários.


NOTA sobre as Coleções de História Natural Brasileiras:
Cerca de 26 milhões de espécimes. Dom João VI criou em 1818 a Casa dos Pássaros, que deu origem ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. Em 1866 foram criadas as coleções científicas do Museu Paraense Emílio Goeldi, e em 1886 as do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Hoje, estas três instituições abrigam o maior acervo da diversidade biológica brasileira [11].


Referências
- Cartaxana et al. (2014) Ecologi@ 7: 15-21. http://speco.fc.ul.pt/revistaecologia_7_art_1_1.pdf
[1] MuHNaC lidera consórcio; PRISC - Portuguese Research Infrastructure of Scientific Collections.
[2] Notícia do Público de 04/08/2011.
[3] Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
[4] http://icom-portugal.org/documentos_dm,129,407,detalhe.aspx
[5] http://www.museus.ulisboa.pt/pt-pt/colecoes
http://memoria.ul.pt/index.php/Especial:Pesquisa/Colec%C3%A7%C3%B5es_do_MNHN
https://midas.revues.org/804?lang=pt
https://www.academia.edu/9384595/As_Cole%C3%A7%C3%B5es_Zool%C3%B3gicas_do_Museu_Nacional_de_Hist%C3%B3ria_Natural_e_da_Ci%C3%AAncia._The_zoological_collections_at_the_National_Natural_History_and_Science_Museum_
[6]http://memoria.ul.pt/index.php/Patrim%C3%B3nio_Hist%C3%B3rico,_Cient%C3%ADfico_e_Art%C3%ADstico_da_Universidade_de_Lisboa
[7] Página do Museu Geológico; Página da DGPC ; notícia do Observador de 28/02/2016.
[8] Colecções do Museu de História Natural do Funchal
[9] http://www.moura.uac.pt/ficheiros/catalogo_exposicao.pdf
[10] http://www.natural.pt/portal/pt/Infraestrutura/Item/137
[11] http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252003000300017&script=sci_arttext

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Voici que des mages arrivèrent

Mt 2:1-11
01 Jésus était né à Bethléem en Judée, au temps du roi Hérode le Grand. Or, voici que des mages venus d’Orient arrivèrent à Jérusalem 02 et demandèrent : « Où est le roi des Juifs qui vient de naître ? Nous avons vu son étoile à l’orient et nous sommes venus nous prosterner devant lui. » 03 En apprenant cela, le roi Hérode fut bouleversé, et tout Jérusalem avec lui. 04 Il réunit tous les grands prêtres et les scribes du peuple, pour leur demander où devait naître le Christ. 05 Ils lui répondirent : « À Bethléem en Judée, car voici ce qui est écrit par le prophète : 06 Et toi, Bethléem, terre de Juda, tu n’es certes pas le dernier parmi les chefs-lieux de Juda, car de toi sortira un chef, qui sera le berger de mon peuple Israël. » 07 Alors Hérode convoqua les mages en secret pour leur faire préciser à quelle date l’étoile était apparue ; 08 puis il les envoya à Bethléem, en leur disant : « Allez vous renseigner avec précision sur l’enfant. Et quand vous l’aurez trouvé, venez me l’annoncer pour que j’aille, moi aussi, me prosterner devant lui. » 09 Après avoir entendu le roi, ils partirent. Et voici que l’étoile qu’ils avaient vue à l’orient les précédait, jusqu’à ce qu’elle vienne s’arrêter au-dessus de l’endroit où se trouvait l’enfant. 10 Quand ils virent l’étoile, ils se réjouirent d’une très grande joie. 11 Ils entrèrent dans la maison, ils virent l’enfant avec Marie sa mère ; et, tombant à ses pieds, ils se prosternèrent devant lui. Ils ouvrirent leurs coffrets, et lui offrirent leurs présents : de l’or, de l’encens et de la myrrhe.

Bible liturgique officielle en français, 2013, http://www.aelf.org/bible-liturgie