quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Revistas científicas portuguesas extintas

É muito difícil encontrar informação fidedigna sobre elas, mas felizmente muitas já têm todos os seus volumes digitalizados e disponíveis on-line em arquivos portugueses e também estrangeiros. Incluo também algumas do meu interesse que ainda resistem.

Cabeçalho do famoso artigo de Adriano de Paiva publicado na revista "O Instituto" em 1878, em português. Um passo (sem seguimentono caminho que levaria à televisão, .


1853-1981 O Instituto: Jornal Scientifico e Litterario
Instituto de Coimbra

1854-1914 Memorias da Academia Real das Sciencias de Lisboa. Classe de sciencias mathematicas, physicas e naturaes
Academia Real das Sciencias de Lisboa

1866-1923 Jornal de Sciencias Mathematicas, Physicas e Naturaes
Academia Real das Sciencias de Lisboa

Imprensa da Universidade de Coimbra

1880-1881 O Pantheon: revista de sciencias e lettras
Leite de Vasconcelos e Mont'Alverne de Sequeira

1883-1920 Boletim da Sociedade Broteriana, 1.ª Série
1922-2004 Boletim da Sociedade Broteriana, 2.ª Série
Sociedade Broteriana

Colégio de São Fiel, Louriçal do Campo, Serra da Gardunha

1911-1986 Anais da Faculdade de Sciências. Universidade do Porto
Universidade do Porto

1914-1982 Contribuições para o Estudo da Antropologia Portuguesa
1982-hoje Antropologia Portuguesa
Universidade de Coimbra

1937-1950 Revista da Faculdade de Ciências de Lisboa
1950-1973 Revista da Fac. de Ciências de Lisboa, 2.ª Série, A - Matemática
1950-1968 Revista da Fac. de Ciências de Lisboa, 2.ª Série, B - Física e Química
1950-1974 Revista da Fac. de Ciências de Lisboa, 2.ª Série, C - Cências Naturais
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

1944-hoje Portugaliae Acta Biologica
Jardim Botânico da Universidade de Lisboa

1980-hoje ARQUIPÉLAGO – Life and Marine Sciences
Universidade dos Açores

2012-hoje Cadernos do Grupo de Estudos em Evolução Humana
Universidade de Coimbra

Alguns links úteis:
Biblioteca Digital de Botânica
https://archive.org/
https://www.biodiversitylibrary.org/Default.aspx

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Tipologias de Museus de História Natural em PT

Em Portugal eu conto 13 Museus de História Natural, os quais organizo tentativamente em grupos que poderiam ser de três:

Grandes Museus Universitários
- Museu de História Natural e da Ciência da Universidade de Coimbra
- Museu de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa
- Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto

Museus de História Natural
- Museu de História Natural do Funchal
- Museu de História Natural de Sintra
- ...

Museus de Geologia e Paleontologia
- Museu Geológico de Lisboa
- Museu da Lourinhã
- Museu de Geologia Fernando Real da UTAD

Museus de Botânica
- Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja
- ...
- ...

Museus Oceanográficos
- Museu Aquário Vasco da Gama
- Museu Oceanográfico do Portinho da Arrábida
- ...

Museus Mistos
- Museu Maynense da Academia das Ciências
- Museu Carlos Machado
- ...

É de notar que não existam museus monotemáticos de Zoologia (a não ser que se contem os oceanográficos) e é inegável que os três museus universitários sempre hão de tomar a dianteira, provàvelmente ex aequo, ainda que no papel o de Lisboa seja o Museu Nacional de História Natural e da Ciência, e o de Coimbra seja denominado apenas Museu [de História Natural e] da Ciência... É interessante que os únicos dois museus que se chamam, simplesmente, mas com todas as letras, "de História Natural", sejam relativamente recentes! (O do Funchal é de fundação antiga, mas só recentemente assumiu que a sua verdadeira identidade e excelência está na HN.) Acho muito bem que haja novos museus dedicados à história natural (e municipais, e que não se chamem "de Ciência" ou "do Ambiente", nomes eufemísticos)! Mais interessante ainda é que haja um museu privado (o da Lourinhã) e um associativo (o Maynense): há bastantes privados e associações com boas coleções de história natural, poderá haver mais espaços dedicados abertos ao público futuramente. Não incluo nesta lista coleções de história natural que não estejam integradas em museus abertos ao público, como o Herbário da Universidade de Coimbra, o da de Évora, o da de Aveiro e o da do Algarve, o do Instituto Superior de Agronomia, o do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, o do Instituto Politécnico de Bragança, o da Estação Agronómica Nacional e o da Estação Nacional de Melhoramento de Plantas [1]. Hesito em incluir o Museu Marítimo de Ílhavo [2] na lista dos museus de história natural, porque, apesar de conter muito material das disciplinas naturais, é talvez melhor descrito como um ecomuseu, ou mesmo um museu etnográfico...

Referências
[1] http://listavermelha-flora.pt/recursos/
[2] http://www.museumaritimo.cm-ilhavo.pt/

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Citações para pensar

“Oscar Wilde said that if you know what you want to be, then you inevitably become it - that is your punishment, but if you never know, then you can be anything. There is a truth to that. We are not nouns, we are verbs. I am not a thing - an actor, a writer - I am a person who does things - I write, I act - and I never know what I am going to do next. I think you can be imprisoned if you think of yourself as a noun.”
― Stephen Fry

Tira de WillTirando, de 24/10/2013

“A painter paints his pictures on canvas. But musicians paint their pictures on silence. We provide the music, and you provide the silence.”
― Leopold Stokowski addressing an audience at the Carnegie Hall, as quoted in The New York Times, 11th May 1967

“Distinct species are not a fact of nature, but of language; they are 'distinct complex ideas with distinct names attached to them.' There are, it is true, differing things in nature, but the differences proceed by continuous gradations: 'the boundaries of the species, whereby men sort them, are made by men.' ”
― Bertrand Russell, in A History of Western Philosophy (1944) [ed. Routledge 2004, p. 654], on Locke's epistemology, Essays (1689), Book III, Chapter VI "On the Names of Substances"

“El físico sabe muy bien que lo que dice su teoría no lo hay en la realidad (...) El hombre de la calle trabaja sobre el plano real y describe fenómenos reales (aquellos que afectan directamente nuestra experiencia sensible o mesocosmos) mientras que el científico trabaja en un plano ideal donde describe fenómenos científicos (relativos al microcosmos y al macrocosmos) que tienen una correpondencia mucho menos estrecha con el mundo experiencial que conocemos. (...) El punto matemático, el triángulo geométrico, el átomo físico, no poseerían las exactas cualidades que poseen si no fuesen meras construcciones mentales.”
― Ortega y Gasset (1964)

“En decir españoles se entiende que no hay diferencia de ésta a aquella nación de las que se comprenden en los límites de España. Y lo mismo que de los catalanes se entiende cuanto a los portugueses.”
― Don Gaspar de Guzmán, conde-duque de Olivares (citado en Elliott (1984), The Revolt of the Catalans, p. 204); afinal não foi o Camões que disse “espanhóis somos todos”
«Sin embargo, en ningún momento [Olivares] compartió los prejuicios de que hacían gala la mayor parte de los aristócratas castellanos, que miraban con desdén a los habitantes de las demás regiones y que les consideraban como ciudadanos de segunda clase. Olivares no tenía tiempo para una actitud de ese tipo y en 1632, en el curso de una reunión del Consejo de Estado, recriminó a aquellos que discriminaban a los catalanes.» Lynch (2005) Edad Moderna - Crisis y recuperación, 1598-1808, p. 95

“Neste roteiro vão escritas muitas coisas que parecem estranhas e impossíveis, as quais escrevi medrosamente, não porque delas não fosse mui certificado, mas por receio que tive de sair da opinião comum.”
― Dom João de Castro, in Roteiros (1538), lido aqui

“Être heureux, c'est apprendre à choisir. Non seulement les plaisirs appropriés, mais aussi sa voie, son métier, sa manière de vivre et d'aimer. Choisir ses loisirs, ses amis, les valeurs sur lesquelles fonder sa vie. Bien vivre, c'est apprendre à ne pas répondre à toutes les sollicitations, à hiérarchiser ses priorités. L'exercice de la raison permet une mise en cohérence de notre vie en fonction des valeurs ou des buts que nous poursuivons. Nous choisissons de satisfaire tel plaisir ou de renoncer à tel autre parce que nous donnons un sens à notre vie ― et ce, aux deux acceptions du terme : nous lui donnons à la fois une direction et une signification.”
― lido no Facebook, 23 Jan 2016 (atribuído ou a Séneca ou a Montaigne)

“La cuisine portugaise se distingue par de subtiles combinaisons de goûts, l'emploi modéré d'épices fortes, mais de beaucoup de fines herbes et d'aromates. Quelques traits généraux ressortent : grande consommation de chou, de riz, de pomme de terre, et de morue ; goût marqué pour les soupes ; nombreux apprêts de poissons et de fruits de mer ; charcuterie renommé ; desserts très sucrés, souvent à base d'oeuf.”
― Le Grand Larousse gastronomique (2007), vertebe “Portugal”, até que enfim uma descrição da gastronomia portuguesa com a qual eu concordo inteiramente!

domingo, 7 de outubro de 2018

1 década + 1 ano de Gaveta com Saber


Eis um post comemorativo. Faz este mês de Outubro 10+1 anos desde a abertura da gaveta. Onze anos nos quais, na prática, apenas o primeiro (e talvez também 2014-2015) foi verdadeiramente activo. A tentativa de o reavivar em 2014 desembocou no anticlímax de 2016-2017, onde publiquei ainda menos posts do que em 2012-2013, quando pensei que tinha mesmo batido no fundo. (E este post comemorativo devia ter saído em 2017, mas  que querem?  esqueci-me...)

Agradeço vivamente a quem por aqui continua a passar, sinal de que os velhos posts continuam a interessar e a ser úteis. Por ver o Saber contado a aumentar, decidi manter o blog, não o apagar, e tentar postar de vez em quando qualquer coisa (tenho vários rascunhos em espera há anos). Vou, talvez, reduzir as expectativas, minhas e dos leitores, e assumir que não hei de conseguir publicar senão dois ou três posts por ano, porque há muita coisa para fazer na realidade material.