quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Diz que o Universo fez anos... Parabéns Universo!

A ideia de que o Universo terá exactamente 6010 anos e 1 dia é das mais deliciosas que já pude saborear! Para quem quer ser enganado saiba que o Universo foi criado por Deus (ou terá sido pela Trindade?) no dia 23 de Outubro de 4004 a.C., um Domingo (lamento, não sei a que horas foi)...

É fantástico, maravilhosamente místico, que haja pessoas que conseguem não só acreditar nisto e viverem o seu dia-a-dia acreditando nisto como, mais incrível para mim, terem um conhecimento tão reduzido da realidade que conseguem acreditar numa data tão exacta sem sequer questionar nada! E mais: usam Darwin para atacar o evolucionismo, dizem que Darwin não explica a origem da Vida. Bom, realmente Charles Robert Darwin não apresentou uma hipótese para explicar a origem da Vida (nem tão pouco era obrigado a isso, como os criacionistas parecem crer), apresentou uma hipótese para explicar a origem das Espécies (quem lesse o título do livro talvez suspeitasse logo); portanto, só posso concluir que, ou o Darwin que essas pessoas atacam deve ser outro que não o autor de "On the Origin of Species", ou que essas pessoas estão no limiar da ignorância... resta saber se do lado de cá se do lado de lá...

Para saberem mais leiam os excelentes posts de Palmira F. da Silva no De Rervm Natvra.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Um conto...

De vez em quando gosto de escrever. Escrever um texto, um conto, escrever apenas. Deixo agora aqui um desses meus pequenos textos, um "sem título", que é o título que a maior parte deles tem.

sem título

A luz do candeeiro estava demasiado forte. As canetas dançavam no tampo da mesa. Eu disse-lhes para pararem, mas elas fingiam que não me ouviam. E o candeeiro recusava-se a ser desligado. Como é que eu podia escrever no meio daquela algazarra toda? Ainda pedi à velha borracha azul para tentar acalmar as canetas, mas esqueci-me que nos dias de hoje as canetas já só têm respeito pelos correctores…

“PAREM!”, gritei eu, apenas num gesto de frustração, sabendo perfeitamente que não serviria de nada. E levantei-me e fui para a cozinha. Lá também não se podia estar: as panelas e as loiças coscuvilhavam, os talheres faziam amor dentro da gaveta, os armários e o frigorífico queixavam-se uns aos outros do peso das peças que tinham de aguentar, e mal eu entrei começaram a queixar-se a mim! Mas o mais sonoro de todos os objectos era, sem dúvida, a televisão.

“Acalmem-se, eu vou resolver isso… e tu não te podias calar um bocadinho?”, falei, tentando acalmar os queixumes dos armários e os ruídos da televisão. Precisava acalmar-me. Interrompi a conversa de um copo (que barafustou e eu pedi desculpa) para beber um pouco de água, mas, para variar, o lava-loiças era o único utensílio que já estava a dormir: nem uma gota de água saiu da torneira… Devolvi às suas conversas o copo, zangadíssimo por ter sido interrompido para nada (como eu o percebia!) e saí.

Fui para o quarto e deitei-me. Mas a cama atirou-me borda fora, que ainda não eram horas de dormir e ela queria aproveitar todos os momentos sem quilos a mais! Fiquei com a sensação que na manhã seguinte ia dormir uns quartos de hora a menos… Era uma cama muito temperamental. Os livros saltavam na estante, como acontecia sempre que eu passava. “Lê-me! Lê-me!”, “Não! A mim! A mim!”, “Agora eu! Agora eu!” Livros, sempre bajuladores…

Não sei o que estava a dar aos objectos, naquela noite, mas se o estúdio, a cozinha e o quarto estavam assim, melhor era nem tentar a casa de banho! Decidi enfrentar outra vez as canetas. Ainda dançavam. Desta vez experimentei a diplomacia. “Ouçam, se vocês pararem de dançar por hoje, eu prometo que só as uso para assinar documentos importantes.” Eu achava que era uma boa proposta: as canetas pelam-se por burocracia! “Isso inclui as esferográficas?”, perguntou ainda uma. “Sim, e os marcadores fluorescentes prometo que já só os uso para marcar livros técnicos!” (Os marcadores detestam que os usem senão para marcar calhamaços. Uma vez usei um para marcar poesia e nunca mais consegui marcar mais nada com ele. São instrumentos muito técnicos.) Um lápis novo, afiado, ainda tentou levar dali qualquer coisa, mas com ele não me preocupei: os outros lápis são todos velhos pequeninos que querem é sossego e desenho à vista. Consegui! Aceitaram recolher-se e o sossego voltou. O candeeiro até baixou a intensidade luminosa de sua livre vontade.

Disse “então, vamos trabalhar?” ao meu laptop, que me olhou ensonado, mas eu sabia que ele só precisava iniciar para ficar com a genica toda. Abri o processador de texto e quis começar a escrever. Oh diabo, depois de tanta coisa não me vinham ideias nenhumas! Ainda fiz um esforço pensativo. Nada. Então desisti e escrevi: A luz do candeeiro estava demasiado forte. As canetas dançavam no tampo da mesa

Escrito em Coimbra, a 13 de Agosto de MMVII

domingo, 21 de outubro de 2007

"Yes, Prime-Minister"

"Power to the People"

"The Ministerial Broadcast"

Portugal


Portugal é uma Nação Soberana fundada (como todos os cidadãos portugueses sabem) em 1143 por um Afonso filho de Henrique (portanto Henriques), data a partir da qual iniciou uma epopeia vasta e heróica que perdura até hoje! E vivemos todos contentes a pensar que Portugal tem quase 900 anos e que tudo o que era anterior a 1143 era "antes da fundação". Isto, a meu ver, é errado devido sobretudo a um conceito: nacionalidade.

A primeira data que conseguimos ligar a uma identidade portuguesa é 868 d.C., data em que Alfonso III, Rei das Astúrias, após conquistar aos Mouros Omíadas as cidades Portucale e Coimbra, fez desses territórios condados autónomos. Ora, para ele doar um feudo com tanta certeza é porque já havia ali uma identidade a nascer.

A chamada Casa de Vímara Peres foi a primeira Casa reinante portuguesa. Como condes, é certo, mas condes feudais, com elevada autonomia e espaço de acção. Vários deles, aliás, tentaram a independência. Eis a listagem:

Data de
Governo:
868-873 Vímara Peres, Conde de Portucale
873-873? Lucídio Vimaranes, Conde de Portucale
873?-c.924 Onega Lucídes x Diogo Fernandes, Condes
c.924-c.950 Mumadona Dias x Mendo Gonçalves, Condes
c.950-999 Gonçalo MendesMagnus Dux Portucalensium
999-1008 Mendo II Gonçalves, Conde de Portucale
1008-1015 Alvito Nunes, Conde de Portucale
1017-1028 Ilduara Mendes x Nuno Alvites, Condes de Portucale
1028-1050 Mendo III Nunes, Conde de Portucale
1050-1071 Nuno II Mendes, Conde de Portucale

A seguir, o Conde Nuno II, que tinha intenções altamente independentistas, foi vencido em batalha, em 1071, pelo seu senhor feudal, o Rei Garcia II da Galiza. Este juntou Portucale ao título e passou a ser Rei da Galiza e Portucale, elevando nominalmente o Condado de Portucale, Estado vassalo, a Reino de Portucale, pertencente à Coroa. 

E houve umas grandes confusões entretanto: os Reis Alfonso VI de Leão e Sancho II de Castela aliaram-se contra o Rei Garcia II da Galiza e Portucale, venceram-no (1072) and shared the proceedings; Alfonso acabou por trair Sancho e tornou-se dono e senhor dos três Reinos (by the way, Garcia, Alfonso e Sancho eram irmãos). Portugal só passou outra vez a feudo em 1093, quando o Rei Alfonso VI de Leão, Castela, Galiza e Portucale decide doar como feudo aquelas terras do Sul, doá-las àquele senhor Henri que vem de Bourgogne. E a partir daqui é que nos começam a ensinar na Escola Primária.

Também havia o Condado de Coimbra, que durou muito menos tempo, mas que se sabe que existiu tempo suficiente para que a sua população, ainda no tempo do Rei Afonso Henriques, fosse significativamente diferente da população de Portucale! Ou seja, os dois territórios já estavam num processo de criação de nacionalidades diferentes, o que teria ocorrido se não se tivessem fundido sob uma só governação.

Assim temos, roughly:

868-1139 (271 anos) Condado Autónomo
1139-1910 (771 anos) Reino Independente
1910-2007 (097 anos) República Soberana

Total: 1139 anos de existência como Estado

Estatìsticamente:
23,8 % do tempo de existência foi Condado
67,7 % do tempo de existência foi Reino
08,5 % do tempo de existência foi República

Viva a Monarquia!

Bandeira Pessoal d'El-Rei Dom Pedro II de Portugal e dos Algarves d'Àquém e d'Àlém Mar em África etc.
Bandeira Oficial do Presidente da República Portuguesa

Semelhanças? Parece-me que sim.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O RAP-Marcelo

Assim, Não ("Diz que é uma espécie de Magazine", 03/04/2007)

As Falhas de Marcelo ("Diz que é uma espécie de Magazine", 08/10/2007)

sábado, 6 de outubro de 2007

Collèges Universitaires à Paris


Cette information est dans la Wikipédia. J'ai simplement essayé de la mêtre dans une ordre que me plaisais plus. Voyez plûtot
http://fr.wikipedia.org/wiki/Collège_%28Moyen_Âge%29 pour l'Histoire des Collèges à Paris.

COLLÈGES DE L'UNIVERSITÉ DE PARIS (1150):
1180 Collège des Dix-Huit* ou de Notre-Dame (renouvelé en 1368)
1208 Collège des Bons-Enfants-Saint-Honoré*
1209 Collège des Mathurins
1217 Collège de Saint-Nicolas-du-Louvre
1229 Collège des Dominicains ou Jacobins
1229 Collège de Sainte-Catherine-du-Val-des-Écoliers
1230 Collège des Cordeliers
1246 Collège des Bernardins, de Saint-Bernard ou de Cîteaux
1250 Collège des Bons-Enfants-Saint-Victor
1253 Collège de Sorbonne
1255 Collège de Prémontré ou de Saint-Anne
1261 Collège des Augustins
1261 Collège de Cluny
1268 Collège du Trésorier* ou de Notre-Dame de Rouen
1263 Collèges des Charités Saint-Denis
1274 Collège de Calvy (Petite Sorbonne)
1275 Collège de Danemark ou de Dace
1280 Collège d'Harcourt
1291 Collège d'Uppsala ou de Suesse
1295 Collège des Cholets*
1303 Collège du Cardinal Lemoine
1304 Collège de Navarre ou de Champagne
1308 Collège de Bayeux* 1308
1313 Collège de Presles*
1314 Collège de Laon*
1314 Collège de Montaigu
1317 Collège de Cornouailles*
1317 Collège de Narbonne*
1317 Collège de Linköping
1322 Collège du Plessis
1325 Collège de Tréguier*
1325 Collège de Carembert (ou Karembert) ou de Léon
1329 Collège de Marmoutier
1330 Collège de Bourgogne*
1332 Collège d'Arras* (1302)
1333 Collège des Écossais
1333 Collège de Tours*
1334 Collège de Hubant* ou de l'Ave-Maria (1339)
1334 Collège des Lombards
1335 Collège de Lisieux
1337 Collège d'Autun*
1338 Collège de Chanac Pompadour* ou de Saint-Michel
1339 Collège de Toul ou de Thou
1343 Collège Mignon* ou de Grammont
1348 Collège de Cambrai* ou des Trois Évêques
1348 Collège des Allemands
1353 Collège de Tournai
1353 Collège de Boncourt
1354 Collège de Justice*
1358 Collège de Boissy*
1362 Collège de la Marche-Winville (Constantinople?)
1367 Collège de Vendôme
1370 Collège de Beauvais* ou de Dormans
1370 Collège de Maitre Gervais* ou de Notre-Dame de Bayeux
1380 Collège de Dainville*
1394 Collège de Fortet*
1427 Collège de Séez* ou Sées
1443 Collège de Reims* et Collège de Rethel (1412, réunis en 1443)
1450 Collège de Coqueret
1460 Collège Sainte-Barbe* (COLÉGIO DE SANTA BÁRBARA)
1515 Collège de la Merci
1526 Collège du Mans*
1563 Collège de Clermont puis Collège Louis-le-Grand en 1682
1569 Collège des Grassins
1578 Collège des Irlandais
1661 Collège des Quatre-Nations (Collège Mazarin)
1657 Collège des Trente-Trois
Collège de Tonnerre XVe siècle
Collège de Donjon, uni à Tréguier XVe siècle
Collège du Dauphiné fondé en 1538, non établi
Collège de Saint-Nicolas-du-Chardonnet
Collège d'Aubusson
Collège de Skara
Collège de Vézelay

TOTAL 74

* ces Collèges sont réunis en 1763 au Collège Louis-le-Grand.

Toutes les Collèges ont été supprimés en 1793 avec l'Université elle mêmme. Aujourd'hui il y a 13 Universités de Paris après la division de la anciènne Université, aucune avec des Collèges.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

No dia 5 de Outubro... Viva a Monarquia!!!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Grande foto!

Foto tirada na Baía de Sydney, Austrália, na passagem de ano de 2007. À esquerda vê-se o fogo de artifício sobre a cidade, ao centro o cometa McNaught e à direita relâmpagos de uma tempestade sobre o mar.

Universidades em Portugal

A primeira Universidade criada em Portugal foi, como toda a gente sabe, aquela que veio a ser a Universidade de Coimbra. Que veio a ser porque não o era aquando da sua criação, em 1290. Inclusivè não se chamava "Universidade", era o "Estudo Geral", e foi estabelecido em Lisboa. Acabou por saltitar, com toda a sua parafrenália de livros, instrumentos, mobília, docentes, estudantes, funcionários, etc., etc., entre Lisboa e Coimbra por todo o século XIV, num exercício de mobilidade exemplar para o século XXI, até que durante 160 anos tomou balanço em Lisboa para saltar de vez para Coimbra, em 1537. No início só teve três faculdades: Faculdade de Direito Canónico (Cânones), Faculdade de Direito Civil (Leis) e Faculdade de Medicina; em 1380 a Teologia deixou de ser ensino exclusivo dos Conventos Dominicanos e dos Conventos Franciscanos e passou a haver uma Faculdade de Teologia na Universidade. Estas quatro mantiveram-se até 1772, altura em que foram criadas a Faculdade de Matemática, a Faculdade de Filosofia Natural (Ciências) e, em 1836, a Faculdade de Direito (por fusão das de Direito Canónico e de Direito Civil). Só em 1911, com a grande reforma republicana do Ensino Superior, é que os nomes das Faculdades começam a ser familiares aos ouvidos do século XXI. As Artes (o que corresponderia ao actual Ensino Secundário) eram também ensinadas na Universidade como preparação para a frequência de qualquer uma das três Faculdades ditas Faculdades Maiores em contraposição à "Faculdade" de Artes, a Faculdade Menor; para retirar as Artes da alçada directa da Universidade, El-Rei Dom João III cria o Colégio das Artes, onde se passaram a lecionar.

Estudo Geral:
1290 Lisboa
1308 Coimbra
1338 Lisboa
1354 Coimbra
1377 Lisboa

1537 Universidade de Coimbra

Já a segunda Universidade criada em Portugal pouca gente sabe que foi aquela que veio a ser a Universidade de Évora. Que veio a ser porque não o era aquando da sua criação (estou a repetir-me?). Acontece que o Cardeal Infante (na altura ainda não era Cardeal Rei) Dom Henrique, Arcebispo de Évora, achou por bem criar outra Universidade, no Sul, para complementar a Universidade de Coimbra, no Norte (!?). Pediu autorização ao Papa e ao Rei e mandou a recém criada (1539) Companhia de Jesus estabelecer um Colégio em Évora, o Colégio do Espírito Santo, em 1551. Não contente com isso, ainda antes das obras do edifício estarem acabadas, pede ao Papa que faça do Colégio uma Universidade: a Universidade do Espírito Santo, estabelecida em 1559, em Évora. Não era exactamente uma Universidade pública, uma vez que pertencia aos Jesuítas, e não podia ensinar nem Medicina, nem Direito Civil, nem parte do Direito Canónico (podia ensinar tudo menos o que se ensinava nas Universidades...). Em 1759, o Conde de Oeiras (aka Marquês de Pombal) embirrou com os Jesuítas, expulsou-os de Portugal, nacionalizou tudo o que era deles e extinguiu a Universidade do Espírito Santo. Só muito depois, em 1973, é que se voltou a criar um Instituto Universitário em Évora, o qual veio a dar, em 1979, a Universidade de Évora. (A extinção da Universidade do Espírito Santo também fez com que, de 1759 a 1911, o Império Português só tivesse uma única Universidade, tal como antes, de 1290 a 1559.)

1551 Colégio do Espírito Santo
1559 Universidade do Espírito Santo
1759 (extinção)
1973 Instituto Universitário de Évora
1979 Universidade de Évora

A partir de 1911 a lista de criação de Universidades públicas em Portugal (ou melhor, no Império) é a seguinte:

1911 Universidade de Lisboa
1911 Universidade do Porto
1930 Universidade Técnica de Lisboa
1962 Universidade de Lourenço Marques
1962 Universidade de Luanda
1973 Universidade de Aveiro
1973 Universidade Nova de Lisboa
1973 Universidade do Minho
1976 Universidade dos Açores
1979 Universidade da Beira Interior
1979 Universidade do Algarve
1981 Universidade de Macau
1986 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
1988 Universidade da Madeira
1988 Universidade Aberta

A esta lista pode-se juntar ainda a Universidade Católica Portuguesa (1971). Falando de Universidades em Portugal também é preciso fazer referência ao Ensino Superior antes de 1290: o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, o Mosteiro de São Vicente de Fora de Lisboa e o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, foram autênticas Universidades durante a Idade Média, e mesmo já entrado o Renascimento. Mas isso, é uma outra história...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Outras Frases de Groucho Marx


"There's one way to find out if a man is honest-ask him. If he says 'yes,' you know he is a crook."

"Dig trenches? With our men being killed off like flies? There isn't time to dig trenches. We'll have to buy them ready made."

"I find television very educating. Every time somebody turns on the set, I go into the other room and read a book."

"Either this man is dead or my watch has stopped."

"The secret of life is honesty and fair dealing. If you can fake that, you've got it made."

"Military justice is to justice what military music is to music."

"Military intelligence is a contradiction in terms."

"She got her good looks from her father. He's a plastic surgeon."

"I worked myself up from nothing to a state of extreme poverty."

"Last night I shot an elephant in my Pajamas and how he got in my pajamas I'll never know."

"A child of five would understand this. Send someone to fetch a child of five."

"Marriage is the chief cause of divorce."

"From the moment I picked up your book until I laid it down, I was convulsed with laughter. Some day I intend reading it."

Colégios Universitários em Coimbra

Este post teve tradução para inglês em The Lost Colleges of the University of Coimbra, e tem seguimento noutros sobre colégios neste mesmo blogColégios Universitários em Coimbra (mais uma actualização...)Colégios Universitários em LisboaUniversidades em Portugal e A Alta de Coimbra Reconstituída.


Quem passa na Rua da Sofia, em Coimbra, e se pode dar ao luxo de ignorar os automóveis, as multidões, os gases intoxicantes dos escapes, e levanta a cabeça e olha para as "paredes" da rua, fica certamente intrigado com a profusão de igrejas que aí existe. Igrejas quase do mesmo estilo que se repetem quase regularmente de ambos os lados da rua.

Bom, eu já me dei a esse luxo e, a mim, intrigou-me. E foi por isso que decidi ir pesquisar o porquê (ou melhor ainda, o como) da questão. Eu sabia que Portugal foi, e é, um dos mais católicos países do mundo, que foi (e é?) o país mais clerical da Cristandade, aquele onde os clérigos mais exerceram influência nos mais variados aspectos diários do país; mas, bolas, em plena cidade, com o Mosteiro de Santa Cruz ali ao pé, com tamanha regularidade, não conseguia perceber assim de imediato o que ocasionou tantas igrejas...

Fachadas Nordeste e Sudoeste da Rua da Sofia.

Comecei pelo mapa da cidade que se consegue grátis em qualquer posto de Informações da cidade e procurei o nome das igrejas. Com isso já pude pesquisar na net. Li umas coisas e comecei a notar uma palavra associada às igrejas: colégio. "Igreja e Colégio" de tal, é o que aparecia. Fui aos livros e percebi que havia mais Colégios Universitários (sim, porque Coimbra teve Colégios, mais ou menos como Oxford ou Cambridge, até ao liberalismo) do que os que eu conhecia e que hoje albergam departamentos da Universidade: o Colégio de Jesus (Departamento de Zoologia e Departamento de Ciências da Terra), o Colégio de São Jerónimo (Hospital Velho), o Colégio das Artes (Departamento de Bioquímica e Departamento de Arquitectura) e o Colégio de São Bento (Departamento de Botânica e Departamento de Antropologia).

Colégios na Rua da Sofia.

E aqui estava a explicação para a regularidade de igrejas na Rua da Sofia: eram as igrejas dos Colégios! A maior parte dos Colégios foi criada no século XVI, durante e imediatamente a seguir à Reforma da Universidade durante o reinado d'El-Rei Dom João III. Destinavam-se a clérigos que desejavam estudar na Universidade e pertenciam a ou eram geridos por ordens religiosas (daí se chamarem muitas vezes Colégios Monásticos). Para construir os edifícios dos Colégios abriu-se uma nova rua em Coimbra, a Rua "da Sophia", ou seja, da Sabedoria, exactamente por ser a rua dos Colégios.

O Estudo Geral (Universidade) foi instalado definitivamente em Coimbra no ano de 1537, primeiro ocupando anexos do Mosteiro de Santa Cruz (que era ao tempo uma autêntica universidade rival), icluindo os Colégios Crúzios de São Miguel e de Todos-os-Santos, e depois a Alcáçova Real (comprada finalmente ao rei em 1597), onde hoje ainda se encontra. Os Colégios foram instituídos por Frei Brás de Barros em 1535 (ainda que já tivessem sido sugeridos pelo Infante Dom Pedro, 1º Duque de Coimbra, quase um século antes) para permitir os estudos preparatórios à entrada na Universidade, albergar os estudantes e, vá lá, permitir as aulas da Universidade, que sofria de falta de instalações adequadas. A coisa não correu muito bem, mas as razões para tal dão certamente para uma tese de doutoramento e eu não me vou meter nisso. Posso dizer que os Colégios, como estavam nas mãos da Igreja, foram dissolvidos aquando da extinção das ordens religiosas em 1834 e os edifícios nacionalizados ou vendidos para diferentes fins, ficando a Universidade a funcionar sem eles.

Foto da Alta de Coimbra antes das demolições de 1942.

Eu agora, já não intrigado pelas igrejas mas pelos Colégios, continuando a pesquisa, consegui encontrar os nomes de muitos, de muitos mais do que estava à espera, tando da Baixa como da Alta. E partindo dos nomes tentei encontrar 1) a data de estabelecimento (não exactamente a de construção do edifício), e 2) a localização aproximada do edifício (a Alta de Coimbra foi destruída nos anos 1940 para a construção dos actuais edifícios da Faculdade de Letras, da Biblioteca Geral, da Faculdade de Medicina, do Departamento de Física, do Departamento de Química e do Departamento de Matemática).

Aqui fica o resultado da minha pesquisa, uma cronologia dos Colégios Universitários em Coimbra e umas breves notas sobre eles.

1527 Mosteiro de Santa Cruz (reforma)
1535 Colégio de São Miguel
1535 Colégio de Todos-os-Santos
1537 Universidade de Coimbra (refundação)
1539 Colégio de São Tomás
1540 Colégio de Nossa Senhora do Carmo
1540 Colégio de São Pedro *
1542 Colégio das Onze Mil Virgens ou de Jesus
1543 Colégio de Nossa Senhora da Graça
1545 Colégio de São Bernardo ou do Espírito Santo
1545 Colégio de São Domingos
1548 Real Colégio das Artes
1548 Colégio de São João Evangelista ou dos Lóios
1549 Colégio de São Jerónimo
1550 Colégio de São Paulo Apóstolo
1550 Colégio de São Boaventura ou dos Pimentas **
1552 Colégio da Santíssima Trindade
1552 Colégio Novo, de Santo Agostinho ou da Sapiência
1555 Colégio de São Bento
1566 Colégio de Nossa Senhora da Conceição, de Tomar ou de Cristo
1572 Colégio dos Franciscanos Calçados, dos Terceiros ou dos Borras *
1602 Colégio de Santo António da Pedreira
1603 Colégio de São José dos Marianos
1615 Colégio dos Militares
1616 Colégio de São Boaventura **
1707 Colégio de Santo António da Estrela
1755 Colégio de Santa Rita, dos Agostinhos Descalços ou dos Grilos
1779 Colégio de São Paulo Eremita

Mapa da localização dos Colégios Universitários em Coimbra.

Colégio de São Miguel - Estabelecido em 1535. Pertencente ao Mosteiro de Santa Cruz. Destinava-se a alunos canonistas e teólogos para fidalgos abastados. Deixa de existir em 1566 e no seu edifício e no do Colégio de Todos-os-Santos funcionou até 1821 o Tribunal da Inquisição.

Colégio de Todos-os-Santos - Estabelecido em 1535. Pertencente ao Mosteiro de Santa Cruz. Destinava-se a alunos honrados e pobres. Deixa de existir em 1566 e no seu edifício e no do Colégio de São Miguel funcionou até 1821 o Tribunal da Inquisição.

Colégio de São Tomás - Estabelecido em 1539 perto do rio, transferiu-se para a recentemente aberta Rua da Sofia, por causa das inundações, em 1546. Pertencente à Ordem Dominicana. Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, o edifício passou para mãos privadas e sofreu sucessivas remodelações até se tornar o actual Palácio da Justiça, que, obviamente, já nada tem a ver com o edifício original quinhentista.

Colégio de São Tomás antes de ser transformado em Palácio da Justiça (sem data).

Colégio de Nossa Senhora do Carmo - Estabelecido em 1540, construído em 1541 pelo bispo do Porto, Frei Baltasar Limpo, para residência de clérigos que desejavam frequentar a Universidade. Em 1547 foi doado à Ordem dos Carmelitas Calçados. Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, o edifício passou para a Venerável Ordem Terceira de São Francisco (1837), que nele tem hoje um Hospital-Asilo.

* Colégio de São Pedro - Estabelecido em 1540 pelo bispo de Miranda, Dom Rodrigo de Carvalho, para que 12 clérigos pobres mirandeses pudessem estudar. O edifício na Baixa foi construído entre 1543 e 1548. Em 1572, El-Rei Dom Sebastião I concedeu a este Colégio o edifício junto à Alcáçova Real (a Sul do que é hoje a Porta Férrea), passando o Colégio de São Pedro a usufruir de dois edifícios, um na Baixa, outro na Alta. O edifício da Baixa acabou por passar para a Ordem Terceira Regular de São Francisco (frades Franciscanos Calçados ou frades Terceiros, vulgo "Borras"). Na Alta, o Colégio destinava-se a doutores e licenciados para estágio via ensino, ou seja, para quem após completados os estudos pretendia ser lente na Universidade mas ainda não tinha lugar.

Colégio das Onze Mil Virgens ou de Jesus - Estabelecido em 1542 pela Companhia de Jesus (frades Jesuítas). Foi o primeiro Colégio Jesuíta em todo o Mundo e o maior de Coimbra. A sua finalidade era preparar missionários, principalmente para o Oriente. Tinha capacidade para mais de 200 alunos, corpo docente e pessoal auxiliar. Com a expulsão da Companhia em 1759, os bens do Colégio foram anexados à Fazenda da Universidade. A sua igreja passou à categoria de Sé Catedral (Sé Nova) de Coimbra em 1772, e o seu edifício, com a reforma pombalina da Universidade, foi adaptado entre 1773 e 1775 para albergar o Museu de História Natural (Museu Zoológico), que lá se mantém ainda hoje.

Colégio de Jesus numa foto antiga (sem data).

Colégio de Nossa Senhora da Graça - Estabelecido em 1543 por Frei Luís de Montoia para a Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. A planta do edifício (do arquitecto Diogo de Castilho) foi o protótipo para os futuros colégios monásticos da cidade. Por carta régia, o Colégio é incorporado na Universidade em 1549. Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, o edifício passou para a Irmandade do Senhor dos Passos e para o Colégio do Exército. Hoje é um Quartel Militar.

Colégio do Espírito Santo ou de São Bernardo - Estabelecido em 1545. Patrocinado pelo Cardeal Infante Dom Henrique. Pertenceu à Ordem de Cister. No século XIX foi transformado num palacete.

Colégio de São Domingos - Estabelecido em 1545, funcionou apenas até 1566, ainda com o edifício inacabado.

Real Colégio das Artes - Estabelecido em 1548, funcionou inicialmente nas instalações do Colégio de São Miguel e do Colégio de Todos-os-Santos (pertencentes ao Mosteiro de Santa Cruz). Em 1555 é confiado à Companhia de Jesus (frades Jesuítas); em 1566 é transferido para casas junto do Colégio de Jesus (pertencente aos Jesuítas); em 1568 inicia-se a construção do edifício definitivo, que ainda hoje existe. Em 1759 os Jesuítas são expulsos e o edifício do Colégio é incorporado na Universidade. Era um Colégio um pouco diferente dos outros, não só por ter sido criado pelo Estado, mas porque exerceu funções específicas: as Artes corresponderiam ao actual Ensino Secundário e eram ensinadas na Universidade como preparação para a frequência de qualquer uma das três Faculdades ditas Faculdades Maiores em contraposição à "Faculdade" de Artes, a Faculdade Menor; para retirar as Artes da alçada directa da Universidade, El-Rei Dom João III cria o Colégio das Artes. Virtualmente todos os propensos estudantes da Universidade deveriam estudar primeiro neste Colégio antes de se matricular nela. Isto não funcionou bem e o Rei acabou por entregar o Colégio a uma ordem religiosa.

Colégio de São João Evangelista ou dos Lóios - Estabelecido em 1548. Pertencente aos Cónegos Seculares de São João Evangelista (padres Lóios). Em 1597 os Lóios passam para a Alta mas só constroem um edifício entre 1631 e 1638, no Largo da Feira, hoje sensìvelmente o Largo da Sé Nova. Foi extinto em 1834 e no edifício funcionaram o Governo Civil e outras repartições do Estado até ser demolido em 1942.

Colégio dos Lóios (fachada do Governo Civil) antes de 1942.

Colégio de São Jerónimo - Estabelecido em 1549, construído a partir de 1565. Extinto em 1834, em 1836 o edifício passou para a Universidade que, em 1848, o transformou no seu Hospital.

Colégio de São Paulo Apóstolo - Estabelecido em 1550, o edifício só foi inaugurado em 1563, sensìvelmente onde hoje é a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. Era destinado originalmente a clérigos pobres e posteriormente a doutores e licenciados para estágio via ensino, ou seja, para quem após completados os estudos pretendia ser lente na Universidade mas ainda não tinha lugar. Foi extinto em 1834 e o edifício entregue à Universidade, que em 1912 aí instalou a Faculdade de Letras.

Edifício do Colégio de São Paulo Apóstolo entre 1888 e 1912.

** Colégio de São Boaventura (na Baixa) ou dos Pimentas - Estabelecido em 1550. Pertencente aos Franciscanos Conventuais da Província de Portugal ("Venturas"), depois aos Capuchos de Santo António e finalmente aos Franciscanos do Algarve ("Pimentas"). A existência na Alta de outro Colégio diferente também chamado "de São Boaventura" suscita confusão sobre a distinção entre os dois: que descrição pertence a qual, que datas pertencem a qual? Só consegui ficar com a certeza de que o da Baixa era o "dos Pimentas" e que foi criado em 1550, e que foi o da Alta que, no século XIX, foi transformado em Museu Antropológico.

Colégio da Santíssima Trindade - Estabelecido em 1552, construido a partir de 1562 na Couraça de Lisboa. Pertencente à Ordem da Santíssima Trindade da Redenção dos Cativos. Era na sua igreja que o culto religioso da Universidade se realizava quando a Capela da Universidade estava impedida. Extinto em 1834, o edifício foi vendido a particulares. Hoje encontra-se em ruínas para serem restauradas.

Colégio Novo, de Santo Agostinho ou da Sapiência - Estabelecido em 1552 pelo bispo de Coimbra, Dom Afonso Castelo Branco. Pertencente ao Mosteiro de Santa Cruz, que viu vantagem em construir um Colégio na Alta: na altura os Colégios de São Miguel e de Todos-os-Santos já não existiam, existindo apenas o "Colégio" de Santa Cruz. A construção durou de 1593 a 1604. Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, o edifício passou para uma instituição na dependência da Santa Casa da Misericórdia de Coimbra. Hoje é propriedade da Misericórdia, e nele funcionam a igreja, o museu e o arquivo desta instituição, e a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

Colégio de São Bento - Estabelecido em 1555 por Frei Diogo de Murça, reitor da Universidade. A construção começou em 1576. Pertencente à Ordem de São Bento (frades Beneditinos). Extinto em 1834, foi entregue à Universidade.

Colégio de Nossa Senhora da Conceição, de Tomar ou de Cristo - Estabelecido em 1566 para a Ordem de Cristo. Inicialmente instalados no Colégio de São Jerónimo, os monges-estudantes decidem instalar-se "nuns cerrados" fora de portas. Extinto em 1834, passa por muitas peripécias até ser demolido para se fazer a Penitenciária de Coimbra.

Colégio da Conceição onde hoje é a Penitenciária; são reconhecíveis no centro da foto o Aqueduto de São Sebastião e as estufas do Jardim Botânico (sem data).

* Colégio dos Franciscanos Calçados, dos Terceiros ou dos Borras - Estabelecido em 1572 (ver Colégio de São Pedro). Em 1834 foi extinto.

Colégio de Santo António da Pedreira - Estabelecido em 1602 por frades Franciscanos Reformados ou Capulhos ("Pedreiras") Extinto em 1834, o edifício passou para particulares e hoje é a Casa de Infância Dr. Elísio de Moura, na Rua dos Grilos.

Colégio de São José dos Marianos - Estabelecido em 1603. Construído a partir de 1606. Extinto em 1834, no edifício instalaram-se sucessivamente o Hospital dos Lázaros, o Real Colégio Ursulino das Chagas (das Ursulinas, para educação de meninas, não universitário) em 1851, e o Hospital Militar em 1910, que se mantém até hoje.

Colégio dos Militares - Estabelecido em 1615 a Norte do Colégio de São Bento. Destinava-se aos membros fidalgos das Ordens Militares de Santiago de Espada e São Bento de Avis. Foi extinto em 1834 e o edifício passou para a Universidade (que lá instalou o Hospital dos Lázaros em 1853, vindo do Antigo Colégio de São José dos Marianos) e foi demolido nos anos 1940.

** Colégio de São Boaventura (na Alta) - Estabelecido em 1616 (ver Colégio de São Boaventura na Baixa ou dos Pimentas). Em 1625, os frades Venturas obtiveram licença pontifícia para adquirir o edifício de um antigo colégio e casas vizinhas na Rua Larga. O conjunto foi remodelado como Colégio entre 1665 e 1678. Foi extinto com as ordens religiosas em 1834. Foi nele que se formou o primeiro núcleo do Museu Antropológico da Universidade; foi demolido em 1942.

Colégio de Santo António da Estrela - Estabelecido em 1707 pelo provincial Frei Ambrósio de Santo Agostinho, iniciou-se a construção em 1715. Pertencente aos frades Fanciscanos. Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, o edifício passou para mãos privadas, passando por várias remodelações e um incêndio. Hoje só resta a antiga igreja, onde funciona a Junta de Freguesia de Almedina.

Colégio de Santa Rita, dos Agostinhos Descalços ou dos Grilos - Estabelecido em 1755. Pertencente à Ordem dos Eremitas Descalços de Santo Agostinho ("Grilos"). Extinto em 1834, no edifício instalaram-se colégios masculinos.

Colégio de São Paulo Eremita - Estabelecido em 1779 na Rua Larga. Extinto em 1834, o edifício foi sucessivamente sede do Conselho Superior de Instrução Pública, do Instituto de Coimbra, de um Museu de Antiguidades e Arqueologia e da Associação Académica de Coimbra até à sua demolição em 1942.

Colégios na Baixa (Rua da Sofia).

Podem encontrar mais fotos e melhores descrições em http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=503390, um thread d' O Prof. Godin.

Colégios na Alta.

Daqui se pode ver que (à parte os de Santa Cruz) havia três Colégios diferentes dos outros: o das Artes, o de São Paulo Apóstolo e o de São Pedro. O primeiro era como que uma "Escola Secundária" ou "Preparatória à entrada na Universidade"; os outros dois, chamados Colégios "Seculares", eram o que hoje se poderia chamar Colégios "Graduados", para estudantes graduados (bacharéis, licenciados, mestrandos/mestres, doutorandos/doutores) que pretendessem ficar com um lugar na Universidade, assim que tal lugar vagasse. Uma vez que a maior parte dos Colégios (todos os outros além destes) pertenciam a ordens religiosas e se destinavam a monges estudantes principalmente de Teologia, pode dizer-se que o sistema de Colégios de Coimbra funcionava apenas para a Faculdade de Teologia, enquanto que os estudantes das outras Faculdades (claramente em maior número no total da Universidade) tomavam alojamento no meio da população coimbrã (Taveira, 2002).

Colégios visíveis na foto da Alta antes das demolições.

Percebi que foram criados ao todo 19 Colégios no século XVI, 4 no século XVII e 3 no século XVIII. Ainda não percebi se houve mesmo um Colégio de Santa Cruz, pertencente ao Mosteiro de Santa Cruz, se "Colégio de Santa Cruz" é expressão sinónima de Mosteiro de Santa Cruz. De qualquer maneira, fiquei com a certeza que o Mosteiro de Santa Cruz tinha Colégios próprios, o Colégio de São Miguel e o Colégio de Todos-os-Santos (que Frei Brás de Barros fundou em 1535), extintos em 1566, e posteriormente o Colégio Novo; porém, encontrei no texto do Prof. Fernando Taveira (2002) mais dois nomes associados a Santa Cruz, Colégio de Santo Agostinho e Colégio de São João Batista, que se situavam "um à direita e outro à esquerda do Mosteiro" de quem olha de frente para a igreja. Ainda não tenho mais informação àcerca destes hipotéticos Colégios, se são má interpretação do texto, se é um erro do próprio autor, se é uma confusão com outros Colégios de nome ou de localização semelhante, se, portanto, sequer existiram; porém, na GEPB está explícito que à data de implantação da Universidade em Coimbra, o Mosteiro de Santa Cruz teria quatro Colégios, não apresentando qualquer informação sobre os mesmos, nem sequer os seus nomes; uma vez que dois dos quais são claramente São Miguel e Todos-os-Santos, estes outros dois podem muito bem ser os restantes, o que também poderia explicar o porquê do Colégio de Santo Agostinho na Alta ser chamado Colégio Novo (Colégio Novo de Santo Agostinho, talvez). Tentarei encontrar algo mais sobre eles e incluí-los na tabela cronológica.

Encontrei ainda mais dois nomes de Colégios Universitários associados a Coimbra: Colégio de Santa Bárbara e Colégio dos Carmelitas Descalços. O primeiro, apesar de ser pràticamente português, não se situava em território nacional: era um Colégio da Universidade de Paris, arrendado por Diogo de Gouveia em 1520 para alojar estudantes portugueses; dele tentarei falar noutro post. Sobre o segundo não encontro qualquer informação; só coloco três hipóteses: 1) é de facto Colégio Universitário "per se" sobre o qual ainda não consegui encontrar informação fidedigna; 2) é nome alternativo a outro Colégio já descrito; e 3) é colégio não universitário.

Para quem tem interesse na orgânica dos Colégios Universitários actuais aconselho vivamente o site http://collegiateway.org/. O seu autor defende vigorosamente a adopção do sistema de Colégios por qualquer Universidade com ou sem passado colegiado, e eu penso que ele tem razão... mas isso é um outro post!



Como curiosidade,:
Em 1540 havia 537 matriculados na Universidade
Em 1570 havia 693 matriculados na Universidade.
Em 1573 havia 1.000 matriculados na Universidade.
Em 1674 havia 1.100 matriculados na Universdiade.
Em 1684 havia 1.700 matriculados na Universidade.
Em 1720 havia 2.500 matriculados na Universidade.
Em 1765 havia 4.629 matriculados na Universidade e 3.371 nos Colégios.
Em 2006 havia c. 20.000 matriculados na Universidade.

Fontes consultadas:
-Almeida, Á. D. & Belo, D. 2007. Portugal Património, Vol. III. Lisboa: Círculo de Leitores.
-Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vols. 7 e 33. Lisboa: Editorial Enciclopédia. s/d.
-Guia de Portugal, Vol. III. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 1941 (1984, 2ª ed.).
-http://www.cm-coimbra.pt
-http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=368636
-http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=503390
-http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=9567659
-Lexicoteca, Vol. XVIII. Lisboa: Círculo de Leitores. 1988.
-Mattoso, J. (coord.) 1993. História de Portugal, Vol. III. Lisboa: Círculo de Leitores.
-Taveira, F. 2002. Early Modern Coimbra: The Town and the University. http://www.chsc.uc.pt/biblioteca/digital/008.htm

Não consultados:
-"Conteúdo" Comunicação sobre a influência dos colégios da "Alta" e o desenvolvimento da arte em Coimbra e sua região.
-Gonçalves , A. Nogueira. 1982. Os Colégios Universitários de Coimbra e o Desenvolvimento da Arte, in A Sociedade e a Cultura de Coimbra no Renascimento, Actas do Simpósio Internacional Organizado Pelo Instituto de História da Arte da Universidade de Coimbra. Coimbra: Epartur.
-Revista Monumentos Nº 25. 2006.
-Santana, P. 2003. Identidade e globalização: uma geografia da memória da Alta de Coimbra. Cadernos de Geografia Número Especial, pp. 21-35.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Frases de Groucho Marx


"Time flies like an arrow. Fruit flies like a banana."

"I don't have a photograph, but you can have my footprints. They're upstairs in my socks."

"Now there's a man with an open mind - you can feel the breeze from here!"

"I never forget a face, but in your case I'll be glad to make an exception."

"Those are my principles. If you don't like them I have others."

"I've had a perfectly wonderful evening. But this wasn't it."

"Marriage is a wonderful institution. But who wants to live in an institution?"

"If I hold you any closer I'd be in the back of you."

"Outside of a dog, a book is a man's best friend. Inside of a dog, it's too dark to read."

"Politics is the art of looking for trouble, finding it, misdiagnosing it and then misapplying the wrong remedies."

"Age is not a particularly interesting subject. Anyone can get old. All you have to do is live long enough."

"Here's to our wives and girlfriends...may they never meet!"

"Send two dozen roses to Room 424 and put 'Emily, I love you' on the back of the bill."

"Anyone who says he can see through women is missing a lot."

"I didn't like the play, but then I saw it under adverse conditions - the curtain was up."

Abertura da Gaveta


Muitas vezes quero Saber e procuro. Muitas vezes não encontro o Saber que quero, nem em livros, nem na net. Lá acabo por descobrir uma ou outra referência aqui e ali e sou eu próprio que fabrico o Saber que queria. Mas esse Saber vai para a gaveta e lá fica, exclusivamente para meu uso pessoal, muitas vezes esquecido por tempo indeterminado, sem poder ser útil a outras pessoas que, como eu, o procuram sem o encontrar. Há anos que escrevo coisas e mando para a gaveta, construo um pedaço do Saber e mando para a gaveta... Está na altura de abrir a gaveta. (Imagem tirada daqui.)