segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

sábado, 18 de dezembro de 2021

Citações em cinco línguas


"Ela não pensava em Deus; Deus não pensava nela. Deus é de quem conseguir agarrá-lo."
— Clarice Lispector, A Hora da Estrela, p. 26, Rocco.

"As pessoas gostam muito de identidades. Chegam a exigir uma certidão de nascimento para uma pessoa presente."
— Paulina Chiziane, O Alegre Canto da Perdiz, p. 7, Caminho.

"Eu hei-de morrer de nada, só por acabar de viver."
— Mia Couto, Venenos de Deus, Remédios do Diabo, p. 18, Companhia das Letras.

"As memórias frias da casa acordavam o cheiro da comida, do sorriso e da voz. Tudo sorria frio na casa."
— Mélio Tinga, A Engenharia da Morte, p. 37, Húmus.

"The things that are bad are accepted because the things that are good do not come easily in his way. How many a miserable father reviles with biterness of spirit the low tastes of his son, who has done nothing to provide his child with higher pleasures!"
— Anthony Trollope, Dr Thorne, p. 297, Wordsworth Classics.

"«(...) È paura.»
«Tu hai paura? E di che mai?»
«Non lo so: se sapessi di che cosa ho paura non avrei più paura ― rispose don Camillo. (...) Quando su un pericolo si può ragionare non si prova paura. La paura è per i pericoli che si sentono ma non si conoscono. (...)»
«Non hai più fede nel tuo Dio, don Camillo?»
«(...) La fede è grande, ma questa è una paura fisica. La mia fede può essere immensa, ma se sto dieci giorni senza bere, ho sete. La fede consiste nel sopportare questa sete accettandola a cuore sereno come una prova impostaci da Dio. Gesù, io son pronto a sopportare mille paure come questa per amor Vostro. Però ho paura.»"
— Giovannino Guareschi, "La paura continua" in Mondo piccolo: Don Camillo.

"Mi madre no era capaz de resolver un problema si no lo convertía previamente en un drama. Del mismo modo que el matemático no comprende la realidad hasta que la atrapa in una ecuación, ella no entendía una dificultad doméstica si no la transformaba en una catástrofe."
— Juan José Millás, "Elaboración de productos" in Los objetos nos llaman, p. 29, Planeta.

"Le récit ramène toujours les pensées soit à des discours, soit à des événements (...). Le récit, qui raconte des histoires, n'a affaire qu'à des  événements ; certains de ces événements sont verbaux ; alors, exceptionnellement, il lui arrive, pour changer un peu, de les réproduire. Mais il n'a pas d'autre choix, et par consequence, nous non plus."
— Gérard Genette, Nouveau discours du récit, p. 59, Seuil.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Doze palavras pouco ou nada dicionarizadas

Lendo alguma ficção do século XX, encontrei muitas palavras que não conhecia ― nada que não costume acontecer. Já o que não costuma acontecer é que, indo procurá-las a um dicionário, não as tenha encontrado. E que indo buscar um segundo dicionário, e um terceiro, e um quarto, nenhum deles portasse as palavras que eu buscava. Só após uma longa pesquisa fui capaz de as encontrar. Estas palavras simplesmente não estão dicionarizadas, ou porque nunca o estiveram, ou porque o já não estão (por se considerarem arcaísmos, talvez). É pena, porque são justamente estas palavras estranhas, arcaizantes, incomuns ou especializadas que o leitor médio não conhece e vai procurar ao dicionário, são estas as que a leitora média quer saber, mais do que os novos neologismos e estrangeirismos, que tanto os dicionários se esforçam por capturar (com um certo mérito, não digo que não ― como documento para o futuro, por exemplo), mas que são ouvidos todos os dias na rua.

Vasculhei os seguintes dicionários em papel: da Porto Editora (8.ª edição, 1999), Universal da Texto Editora [Texto Universal] (5.ª edição, 1999), Lello Universal (1977), Houaiss (versão de Portugal, 2002-2003), Lexicoteca (1985) e da Academia das Ciências de Lisboa (2001). E estes dicionários em linha: Aulete, Dicio, Estraviz (galego), Infopédia, inFormal, Michaelis, Morais (1.ª edição, 1789), Morais (10.ª edição, 1949-1959), Priberam, Wikcionário. Pontualmente, consultei ainda, em papel, o dicionário estilístico de Énio Ramalho (Lello, 1999), o do português medieval de Américo Machado Filho (ed. autor, 2019) e vários prontuários e vocabulários; e, em linha, o dicionário da Real Academia Galega, o da Real Academia Española, vários recursos sobre a língua medieval e tudo o que consegui apanhar de Joan Coromines.


aqueivar, v. t. ant. e pop. de alqueivar [Aulete]. (1) o mesmo que aqueibar, v. t. (Provinc.) Dar descanso à terra; o mesmo que alqueivar. P. ext. Serenar, aquietar, deter, demorar: «Arreta! aqueiba! toma aqui, cornuda!», Aquilino Ribeiro, Andam Faunos, 14. (2) Aqueibar-se, v. r. (Provinc.) Aquietar-se, deter-se, demorar-se [Morais (1949-1959)], acalmar-se [Lello Universal (1977)]. § Não aparece no da Academia, nem no Texto Universal, nem no Estraviz, nem no Dicio, nem na Infopédia, nem no inFormal, nem no Michaelis, nem no Priberam, nem no Wikcionário, nem no Morais (1.ª ed.) ― mas aparece alqueivar em todos, definido como "lavrar (a terra) e deixá-la em pousio, descanso (por um ano ou mais), para ficar mais fértil", o que nìtidamente não é o significado que a palavra tem nas seguintes frases da Filha de Labão (1951) de Tomás da Fonseca: «... e era a ela que mandavam aqueivar o rebanho ou correr às vessadas, para onde fugiam sempre as cabras ladras.» (p. 13); «O rebanho seguia-a (...). Onde havia pastagem abundante aqueivava; não havendo, logo dava sinal para largarem.» (p. 31, edição livros de bolso Europa-América, 1972). Difìcilmente se poderia alqueivar um rebanho... No Texto Universal e no Morais (1949-1959) aparece aqueirar (Terras de Moncorvo), "ensinar (o cão)", que será mais próximo, mas duvido de que o -v- naquelas frases seja um erro tipográfico. O que nos deixa apenas com a definição «por extensão» e o seu reflexivo que vêm no Morais (1949-1959) e no Lello como as únicas que se podem aplicar ali.

bugio, s. m. Originalmente, começou por designar o macaco da espécie Macaca sylvanus (Linnaeus, 1758), muito comuns ainda hoje na cidade argelina de Bugia, importante porto de comércio nos séculos XII-XV; depois, quando os navegadores encontraram os babuínos da África subsaariana (primatas do género Papio) e na falta de outra palavra, passou a designar esses primatas que, de qualquer maneira, são aparentados àqueles; mais tarde ainda, encontrando os grandes macacos-uivadores da América tropical (género Alouatta) que, embora filogenèticamente distantes de macacas e babuínos, se lhes assemelhavam bastante, bugio passou também a designar estes animais. § Esta palavra, documentada pela primeira vez em português no século XV (Houaiss, 2002-2003), até vem em quase todos os dicionários, mas é curioso como a atribuem exclusivamente aos primatas americanos (ou então a todos os primatas no geral, o que significa que os dicionaristas não fazem a menor ideia do que seja um primata), esquecendo a sua rica história; é de notar que, òbviamente, os bugios do Brasil não são provenientes da cidade de Bugia na Argélia, são primatas diferentes, ao contrário do que possa parecer a quem lê o que vem escrito, por exemplo, no da Porto Editora ou no da Academia. O Wikcionário é o único que não traz bugio como substantivo, mas apenas como forma do verbo bugiar.

cuscos (Trás-os-montes), s. m. pl. (1) iguaria típica da culinária transmontana, constituída por pequenos grãos de farinha de trigo barbela, cozidos a vapor e depois secos. (2) cada um desses pequenos grãos. Do árabe kuskus, «alimento preparado com sêmola» [Infopédia]. Grânulos de farinha; forma alternativa: cúscus [Wikcionário]. § Claro que em todos os dicionários aparece cuscuz ou suas variantes, mas essa não é a questão. Isabel Drumond Braga refere até que a designação do cuscuz por cuscos é uma especificidade de Trás-os-montes (https://youtu.be/tTPeBDqizRQ?t=1735). O Priberam, o Dicio, o Houaiss (versão de Portugal 2002-2003), o Lello Universal (1977) e o Morais (1949-1959) trazem «cusco, s. singular, [Regionalismo: Rio Grande do Sul] (1) Cão pequeno, de raça ordinária; guaipé, guaipeca, guapeca, guapeva, jaguapeba, jaguapeva. (2) Pessoa de baixa estatura e pouca importância. Do castelhano cusco.»; o Michaelis, o inFormal e outra vez o Houaiss dizem que cuscus é o nome popular dos marsupiais da família Phalangeridae, chamados meda em tétum de Timor (não parece ter designação estável em português) ― nenhuma destas definições tem a ver com os cuscos em português.

estória (1912 [1942, 1962]), s. f. O mesmo que história de ficção [vem em todos os dicionários em linha, excepto o Priberam e os dois Morais; não vem em nenhum dos em papel, excepto o Houaiss e o Machado]. § A questão da palavra estória é mais curiosa do que eu imaginava. Está documentada desde o século XIII e é simplesmente outra grafia de história, como estorya ou ystoria (Houaiss, 2002-2003; Machado, 2019). Porém (diz-nos o Houaiss, citando José Augusto de Carvalho, Discurso & Narração, Vitória, 1995, p. 9-11), em 1912, na "Explicação prévia" ao seu livro Donas de tempos idos, o 9.º conde de Sabugosa terá recuperado essa forma escrita para designar especìficamente a narrativa de ficção. Ora acontece que, lendo detalhadamente a dita "Explicação prévia", não se encontra em lado nenhum a grafia estória. Sabugosa faz ali, é verdade, uma distinção entre a ciência histórica e a arte de contar histórias, mas a única distinção entre palavras é escrever a primeira com maiúscula, História, e a segunda com minúscula, história. O dicionário Houaiss está, portanto, enganado e temos de ir buscar estória a outro lado. Em asturiano, por exemplo, estoria é sinónimo de conto (Coromines & Pascual, 1984 Diccionario Crítico Etimológico). Mas terá sido no Brasil que estória pegou com o sentido de «narrativa de cunho popular e tradicional»: «proposto por João Ribeiro e encampado por Gustavo Barroso, em 1942, o termo adquiriu popularidade e prestígio, graças, possivelmente, à publicação, em 1962, do volume de contos Primeiras estórias, de Guimarães Rosa. O termo estória nasceu, portanto, no século XX, de uma subversão ortográfica calcada no inglês.» (Carvalho, op. cit., ver aqui) ― já Mario Quintana se queixava: «Lia-se continuamente e avidamente um mundaréu de histórias (e não estórias)» ; «Quando me perguntam por que não aderi a essa história de “estória”, respondo (e não evasivamente) que é simplesmente porque, para mim, tudo é verdade mesmo.» ; «Como distinguir entre “história” e “estória”, eu que sempre acredito em tudo?» ; «E depois, por que hei de escrever “estória” se eu nunca pronunciei a palavra desse modo? Não sou tão analfabeto assim.» ; «Parece incrível que talvez a única sugestão infeliz do mestre João Bibeiro [sic] tenha pegado por isso mesmo...» (todas as citações extraídas do Caderno H, 1973).

lapúrdio, adj. e s. m. Lapuz; tosco; rústico. F. cf. Lapuz [Aulete, Lello Universal (1977)]. Lapónio, labrego [Texto Universal (5.ª ed. 1999)]. Grosseiro, rude [Infopédia, Porto Editora (8.ª ed. 1999)]. § Na Filha de Labão (1951) de Tomás da Fonseca: «É isto, pelo menos, o que a Santa Igreja ensina, e tu repetes aos lapúrdios que aturam os teus sermões...» (p. 68, edição livros de bolso Europa-América, 1972). O Priberam remete para lapónio, primeira acepção, com os mesmos significados acima (a segunda acepção é relativa à Lapónia, o que não tem nada a ver); nos outros não vem, apesar de vir lapuz.

mutanos, s. m. pl. Nome que em algumas localidades portuguesas dão aos molhos de pinho ou de tojo; talhas de mutano [Aulete]. Mólhos de tojo ou de ramos de pinho [Dicio, Morais]. § Vi esta palavra nos Esteiros (1941) de Soeiro Pereira Gomes: «As histórias contavam-se em noites de Verão, enquanto os fornos lambiam mutanos.» (p. 53 da edição livros de bolso Europa-América, 1971); mas não a encontrei no dicionário da Porto Editora (8.ª ed. 1999), nem no Universal da Texto Editora (5.ª ed. 1999), nem no da Academia (2001), nem no Houaiss (versão europeia 2002-2003), nem no Moderno (Lexicoteca, 1985), nem no Lello Universal (1977), nem no Priberam, nem na Infopédia, nem no Michaelis, nem no Estraviz, nem no inFormal, nem no Wikcionário. Encontrei-a, sim senhor, no Aulete, no Dicio e no de Morais (1789) com as acepções dadas acimas. Curiosamente, Dicio e Morais remetem para a palavra motano, s. m., que trazem com as definições de "feixe das vides cortadas por atas" (Morais) e "lenha miúda ou paveias de mato" (Dicio); no Aulete, a entrada motano aparece definida como "lenha miúda, paveias de mato. F. duv." mas mutanos (a potencial forma correcta da forma duvidosa motano) não remete para ela... A entrada motano aparece também no Priberam (com ambas as acepções, feixe e lenha), mas em mais nenhum outro. Nem o Aulete nem o de Morais oferece uma etimologia para mutanos; Dicio sugere para motano: de mota "aterro que se faz à borda dos rios".

nutar, v. i. (do Lat. nutare) (1) Que oscila; balancear. (2) Vacilar [Lexicoteca (1985), Texto Universal (5.ª ed. 1999)]. (1) Efetuar movimento de nutação (=meneio da cabeça). (2) Demonstrar hesitação entre posições; vacilar: Ficou nutando, sem saber o que decidir. [F.: Do lat. nutare. Hom./Par.: nuto (fl.), nuto (sm.); notar (vários tempos do v.)] [Aulete]. Fig. hesitar entre opiniões ou posições [Houaiss (2002-2003)]. Não  eſtar firme, ou quedo, vacillar, abalar-ſe para os lados [Morais (1789)]. § Não aparece no da Academia (2001), nem no Wikcionário, mas aparece em todos os outros.

reixelo ou rexelo, s. m. Cabrito, mas também carneiro novo, borrego, cordeiro; e também leitão [vários dicionários]. Qualquer animal (caprino, ovino, etc.) novo; rês de pouca idade [Infopédia]. § Esta palavra lá vai aparecendo nos dicionários, mas eu desconhecia-a. Na minha terra diz-se cabrito e borrego. Reixelo, de etimologia obscura, parece ser vocábulo muito mais galego enxebre do que cabritoborrego ou cordeiro, palavras com origem comum com as castelhanas "cabrito", "borrego" e "cordero". A palavra aparece inúmeras vezes na Filha de Labão (1951) de Tomás da Fonseca, por exemplo aqui: «O rebanho seguia-a como se, de pequenos, ensinasse cada um dos reixelos. (...) Por isso, quando via um reixelo tresmalhado, chamava-o logo à obediência.» (p. 31, edição livros de bolso Europa-América, 1972); ou naquele episódio dramático da enchente (pp. 41-43)... O vocábulo só não se encontra no Houaiss, no Michaelis ou no inFormal e, naquele romance do beirão Tomás da Fonseca, parece designar apenas cabritos, que é a única acepção que lhe dá Morais (1789). O Dicionário da Real Academia Galega reconhece rexelo, mas recomenda a ortografia "roxelo" sem sequer se dignar a oferecer uma etimologia ou outra coisa que o justificasse. É com certeza só para se distanciar das formas portuguesas.

siar, v. t. Fechar (as asas), para descer mais depressa (origem obscura) [Priberam, Infopédia]. Fechar as asas (o pássaro) para descer mais rápido [F.: orig. obsc. Hom./Par.: sio (fl.), cio (sm.); cear (vários tempos do v.); ciar (todos os tempos do v.)] [Aulete]. v. at. de Volater. Siar a ave as azas, he cerralas depois de afferrar a relê, para cair com ella mais depreſſa. v. Ceiar, e Ceiavoga [Morais (1789)]. § Não aparece no da Academia (2001), nem no Estraviz; todos os outros trazem definições semelhantes a qualquer uma destas três.

ujo, s. m. Nome dado ao mocho da espécie Bubo bubo (Linnaeus, 1758), mais comummente chamado bufo-real, a maior ave de rapina nocturna existente em Portugal (e na Europa). Também conhecido por corujão, martaranho, mocho-real. § São vários os textos onde vi aparecer a palavra ujo, nomeadamente em histórias de João de Araújo Correia (Contos Bárbaros, edição Livros RTP, 1970) e no Breviário das Más Inclinações de José Riço Direitinho (Edições ASA, 1994) [pois é, não apontei as páginas e agora não encontro, lamento]. Apesar de não parecer estar em uso entre os ornitólogos citadinos, penso que ainda é palavra usada pelas pessoas do campo, o que me faz achar muito estranho que muitos dos melhores lexicógrafos da língua não a tenham incluído nos seus respectivos dicionários: a palavra aparece como entrada no da Academia (2001), no da Porto Editora (8.ª ed. 1999), no Texto Universal (5.ª ed. 1999), no Lello Universal (1977), no Aulete, no Priberam, na Infopédia, no Dicio; não aparece no Houaiss (versão europeia 2002-2003), no de Morais (1789), no Michaelis, no inFormal, no Estraviz, nem no Wikcionário. Uma curiosidade: procurando ujo no Vocabulário histórico-cronológico do Português Medieval, encontramo-lo, mas diz que corresponde ao verbo ver no português moderno, dando um exemplo do século XIV onde se vê claramente que ujo é apenas a maneira como o copista escreveu a palavra viu (u=v, j=i, o=u) e nada tem a ver com o nosso corujão.

valagotos. m. (Alent.) vala pequena, valeta; valigoto: «... evitando aqui uma peça, saltando além um valagoto.» (Brito Camacho, Ciente Rústica, p. 103, 2.ª ed.) F. Vala [Aulete]. (1) Noiro, corte ou talude vertical entre duas terras de nível desigual. ≃ cemba, cembo. (2) Qualquer depressão ou caída no terreno. ≃ barreira, ribado, gamarção [Estraviz]. (3) (Provinc.) o mesmo que valigoto; vala pequena; valeta [Morais (1949-1959)]. (4) (Algarve) "valagote" vale pequeno, pouco profundo, mas situado, no geral, a  grande altitude [Texto Universal (5.ª ed. 1999); Morais (1949-1959)]. § Outro soberbo vocábulo que não vem nem no da Porto Editora (8.ª ed. 1999), nem no da Academia (2001), nem no Priberam, nem na Infopédia, nem no Michaelis, nem no InFormal, nem no de Morais (1789)... No Dicio, remete para valigoto, s. m., "pequeno vale", que também vem no Lello Universal (1977) e no Morais (1949-1959); no Wikcionário aparece valigota, s. f., "pequeno vale" e diz que é palavra galega... Valha-nos o Aulete, o Estraviz e o Texto Universal! Deparou-se-me valagoto na Filha de Labão (1951) de Tomás da Fonseca: «Ao fundo passava o valagoto, seco nessa altura do ano.» (p. 81, edição livros de bolso Europa-América, 1972). Parece ter mais a ver com uma vala natural por onde passam enxurradas, do que com o pequeno vale que se diz ser um valigoto ou umha valigota. Note-se como o Aulete diz que é um vocábulo alentejano e o Universal algarvio, enquanto que o único outro dicionário que o traz é o galego, e o texto onde eu o encontrei é uma história que se passa na Beira, escrita por um beirão... 

venícios, s. m. pl. ??? § Esta palavra apareceu-me, também na Filha de Labão (1951) de Tomás da Fonseca, na seguinte frase em discurso indirecto livre: «O pai! Há que venícios lá ia já o pobre velho, que morrera na Arroteia, debaixo de um carro de lenha.» (p. 76, edição livros de bolso Europa-América, 1972). Não vem em qualquer dos muitos dicionários que consultei, nem sequer escrito "vinícios" (que poderia ter ligação ao nome próprio Vinício, relacionado com o vinho) ou "benícios" (que é o nome aportuguesado de um santo, São Filipe Benício). A palavra, naquela frase, parece estar relacionada com tempo, e o sentido não se perderia se se dissesse "Há que tempos" em vez de "Há que venícios", mas não tenho maneira de comprovar isto.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A Narrativa (sistema de G. Genette, 1972 e 1983)

Este é só o esquema da teoria da narrativa segundo o sistema de Gérard Genette (1972, ajustado em 1983); mais tarde hei de escrever mais aprofundadamente sobre cada categoria. NB: É Genette quem divide a narrativa em história, discurso e narração, mas depois estuda apenas os planos do discurso (tempo e modos do discurso da narrativa, discours du récit, como ele lhes chama) e da narração (voz do discurso da narrativa ou da instância narrativa, isto é, do narrador). O que ele diz sobre o plano da história é mais inferido e assumido do que explícito; portanto, eu aqui fui buscar subcategorias da história a outras fontes, que mais tarde explicitarei.

1. Plano da História (conteúdo da narrativa)
1.1. PERSONAGENS
1.1.1. Grau de importância
1.1.1.1. Protagonista
1.1.1.2. Antagonista
1.1.1.3. Secundárias
1.1.1.4. Figurantes
1.1.2. Densidade psicológica
1.1.2.1. Personagem plana
1.1.2.2. Personagem redonda
1.1.2.3. Personagem-tipo
1.1.2.4. Personagem colectiva
1.2. ESPAÇOS
1.2.1. Espaços
1.2.1.1. Espaço físico
1.2.1.2. Espaço social
1.2.1.3. Espaço psicológico
1.3. TEMPO DA HISTÓRIA
1.3.1. Tempo da história
1.3.1.1. Tempo cronológico
1.3.1.2. Tempo psicológico
1.4. ACÇÕES
1.4.1. Tipologia
1.4.1.1. Acção aberta
1.4.1.2. Acção fechada
1.4.1.3. Acção principal
1.4.1.4. Acção secundária
1.4.1. Estrutura
1.4.1.1. Arco dramático
1.4.1.2. Intriga
1.4.1.3. Conflito
1.4.1.4. Complicações
1.4.1.5. Clímax
1.4.1.6. Desenlace

2. Plano do Discurso (expressão da história)
2.1. TEMPO DO DISCURSO
2.1.1. Ordem
2.1.1.1. Analepse [anacronia: eventos passados]
2.1.1.2. Prolepse [anacronia: eventos futuros]
2.1.2. Velocidade (vitesse [1983], ou duração, durée [1972])
2.1.2.1. Resumo [anisocronia: redução do tempo, TD < TH]
2.1.2.2. Elipse [anisocronia: omissão do tempo, TD = Ø zero]
2.1.2.3. Pausa [anisocronia: expansão do tempo, TD > TH]
2.1.2.4. Cena [isocronia: igualdade dos tempos, TD = TH]
2.1.3. Freqüência
2.1.3.1. Discurso singulativo
2.1.3.2. Discurso singulativo anafórico
2.1.3.3. Discurso iterativo
2.1.3.4. Discurso repetitivo
2.2. MODOS DO DISCURSO
2.2.1. Distância
2.2.1.1. Discurso indirecto (discours narrativisé) [~ to tell, ou diegesis]
2.2.1.2. Discurso indirecto livre (discours transposé)
2.2.1.3. Discurso directo (discours rapporté) [~ to show, ou mimesis]
2.2.2. Perspectiva
2.2.2.1. Focalização omnisciente (focalisation zero)
2.2.2.2. Focalização externa
2.2.2.3. Focalização interna
2.2.3. Alteração
2.2.3.1. Paralipse
2.2.3.2. Paralepse

3. Plano da Narração (produção do discurso)
3.1. NARRADOR (voz, voix)
3.1.1. Nível
3.1.1.1. Narrador extradiegético [fora da história, "nível 0"]
3.1.1.2. Narrador intradiegético [dentro da história, nível 1]
3.1.1.3. [Narrador metadiegético (ou hipodiegético [Mieke Bal]), nível 2]
3.1.2. «Pessoa» ou Relação
3.1.2.1. Narrador heterodiegético
3.1.2.2. Narrador homodiegético
3.1.2.3. Narrador autodiegético [subtipo de homodiegético]
3.1.3. Tempo da narração
3.1.3.1. Narração ulterior
3.1.3.2. Narração anterior
3.1.3.3. Narração simultânea
3.1.3.4. Narração intercalada
3.2. NARRATÁRIO
3.2.1. Narratário
3.2.1.1. Narratário extradiegético
3.2.1.2. Narratário intradiegético


Bibliografia
• Gérard Genette (1972) Discours du récit : essai de méthode, in Figures III. Éditions du Seuil, Paris, França.
• Gérard Genette (1983) Nouveau discours du récit. Éditions du Seuil, Paris, França.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

'Phrasal verbs' à portuguesa

― «Homem morre atingido por portão de garagem» ― in Diário de Coimbra, 20/09/2021.

Quando li esta frase, o que visualizei imediatamente foi um portão de garagem a sacar de uma pistola, com um pôr-do-sol pelas costas, e a atingir o homem, que, por causa disso, morreu... Isto porque o portão da garagem, naquela frase, parece ser o actor, o agente animado que atinge o homem com qualquer coisa.

O dicionário estilístico de Énio Ramalho [1] (p. 72) propõe atingir com: atingi-o com a bola sem querer; um espectador foi atingido com uma pedra na testa. Imagino que o jornalista do Diário de Coimbra quereria veicular informação semelhante à do segundo exemplo, isto é, que um homem morreu porque foi atingido com qualquer coisa inanimada, neste caso um portão de garagem (que lhe caiu em cima). 

Não terá sido, portanto, com um tiro dado a grande distância por um portão com boa pontaria.

[1] Ramalho, É. (1999) Novo Dicionário Lello Estrutural, Estilístico e Sintáctico da Língua Portuguesa. Lello Editores, Porto.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Ficção na língua portuguesa antes do séc. XIX

Séculos XV-XVI Adaptações portuguesas dos originais franceses
• A Demanda do Santo Graal (por volta de 1240) ― novela
• José de Arimateia (século XIV) ― novela
• Merlim (século XIV) ― novela

[12??-13?? João de Lobeira ou Vasco de Lobeira]
Amadis de Gaula (século XIV) ― romance
[publicado em castelhano como Los quatro libros de Amadís de Gaula em versão aumentada por Garci Rodríguez de Montalvo (Sevilha, 1508); início do ciclo dos Amadises]

1496-1570 João de Barros 
• Prymera parte da cronica do emperador Clarimundo donde os Reys de Portugal desçendem (1522) ― romance

1500-1572 Francisco de Morais Cabral 
• Palmeirim de Inglaterra (escrito 1541-1543) ― romance
[publicado em castelhano como Libro del muy esforzado caballero Palmerín de Inglaterra hijo del rey don Duardos (Toledo, 1547-1548) e em português como Cronica do famoso e muito esforçado cavalleiro Palmeirim d'Inglaterra (Évora, 1567); início do ciclo dos Palmeirins]

1482-1552 Bernardim Ribeiro 
• Hystoria de menina e moça (1554) ― novela

1515-1585 Jorge Ferreira de Vasconcelos 
• Triunfos de Sagramor (1554) ou Memorial das proezas da segunda Tavola Redonda (1567) ― romance
• Comedia Eufrosina (1555) ― novela
• Comedia Ulysippo (1561) ― novela
• Comedia Aulegrafia ([1619]) ― novela

1520-1561 Jorge de Montemor 
• Diana (1559), escrita em castelhano ― novela

1515-1585 Gonçalo Fernandes Trancoso 
• Contos e Histórias de Proveito e Exemplo (1575) ― contos

1522-1591 Padre Gaspar Frutuoso 
• Saudades da Terra, Livro V (1586-1590) ― novela

1539-1611 Tristão Gomes de Castro
• Argonautica da Cavallaria na qual trataõ as façanhas, e aventuras de Lesmundo da Grecia (manuscrito) ― romance

15??-1634 Dom Gonçalo Coutinho 
• Crónica de Dom Duardos da Bretanha (inédita) ― romance

15??-15?? Diogo Fernandes 
• Duardos da Bretanha (1587), terceira e quarta partes do Palmeirim de Inglaterra ― romance

15??-1623 Álvaro da Silveira
• Aventuras do gigante Dominiscaldo (inédito) ― romance

15??-16?? Francisco de Morais Sardinha
• História do espantoso cavalheiro da Luz (inédito) ― romance

15??-1606 Fernão Rodrigues Lobo «Soropita» 
Poesias e Prosas Inéditas de Fernão Rodrigues Lobo Soropita (1868, editado por Camilo Castelo Branco) ― contos

15??-16?? Baltasar Gonçalves Lobato 
• Clarisol da Bretanha (1602), quinta e sexta partes do Palmeirim de Inglaterra ― romance

1540-1595 Fernão Álvares do Oriente 
• Lusitania Transformada (1607) ― novela

1570-1656 Tomás Pinheiro da Veiga «Turpin»
 Fastigenea, ou Fastos geneaes (escrito 1605) ― novela

1580-1622 Francisco Rodrigues Lobo 
• Primavera (1601) ― novelas
• Pastor Peregrino (1608) ― novela
• Condestable (1609) ― novela
• Desengano (1614) ― novela
• Corte na Aldeia (1619) ― novela

15??-1655 Manuel Quintano de Vasconcelos 
A paciencia constante (1622) ― novela

15??-16?? Elói de Sá Sotto Maior
 Ribeiras do Mondego (1623) ― novela

15??-16?? Francisco Soares Toscano 
Paralellos de Principes, e Varoens Illustres Antigos (1623) ― novelas

15??-16?? Francisco Saraiva de Sousa 
Baculo Pastoral de Flores de Exemplos (1624) ― contos

1575-16?? Dona Leonor Coutinho de Távora
• Chronica do Emperador Belliandro (inédito)  ― romance

15??-165? Padre João Nunes Freire 
• Os Campos Elysios (1626) ― novela

Folha de rosto da primeira edição dos Infortunios Tragicos da Constante Florinda, de Gaspar Pires de Rebelo. Tirada de uma edição digital da obra.

1585-1642 Gaspar Pires de Rebelo [ligação]
• Infortunios Tragicos da Constante Florinda, 2 vols. (1625, 1633) ― novela
• Novelas Exemplares (1650) ― novelas

1608-1666 Francisco Manuel de Melo 
• Epanáforas de Vária História Portugueza (1660) ― novelas
• Apólogos Dialogais (1721), escrito em 1657 ― novelas

16??-16?? Gerardo Escobar, pseudônimo de Frei António Escobar 
• Doze Novelas (1674) ― novelas

1629-1724 Padre Alexandre de Gusmão [ligação]
• História do Predestinado Peregrino e seu Irmão Precito (1682) ― novela

16??-17?? Frei Lucas de Santa Catarina 
• Serão Político (1704) ― novelas

1644-1710 Padre Manuel Bernardes 
• Nova Floresta (1706) ― contos

16??-17?? Frei Simão António de Santa Catarina
•  Novela Despropositada (publicada em 1977) ― conto

16??-17?? Nuno Marques Pereira
• Compêndio Narrativo do Peregrino da América (1728) ― novela

[1705-1739 António José da Silvao Judeu]
• Obras do Diabinho da Mão Furada (publicado em 1861) ― novela 
[os mais antigos manuscritos conhecidos são posteriores a 1743]

1658-1753 Sóror Maria do Céu 
• A Preciosa, Allegoria Moral (1731) ― novela
• A Preciosa, Obras de Misericordia (1733) ― novela
• Aves Illustradas Em Avisos Para as Religiosas ― contos
• Enganos do Bosque, Dezenganos do Rio (1736) ― novela

16??-17?? Inácio Rodrigues Vèdouro 
• Desafio dos Doze de Inglaterra (1732) ― romance

17??-17?? Padre Manuel Consciência
• Academia Universal de varia erudiçaõ (1732) ― contos
Floresta Novissima de varias acçoens sentenciosas, 2 vols. (1735, 1737) ― contos
• A mocidade enganada, e desenganada, 6 vols. (1729-1738) ― contos

16??-17?? Jerónimo Moreira de Carvalho
• Segunda parte da História do Imperador Carlos-Magno e dos doze pares de França (1737) ― romance

17??-17?? José Alberto Rodrigues
• História nova do Imperador Carlos Magno, e dos doze pares (1742) ― romance

1700-17?? Padre João Batista de Castro
 Hora de Recreyo nas ferias de mayores estudo, e oppressaõ de mayores cuydados, 2 vols. (1742, 1743) ― contos

1705-17?? Alexandre Caetano Gomes Flaviense
• Verdadeira terceira parte da história de Carlos-Magno em que se escrevem as glórias accoes e vitórias de Bernardo del Carpio (1745) ― romance

1711-1793 Dona Teresa Margarida da Silva e Orta
• Aventuras de Diófanes (1752)― novela

1722-1804 Padre Teodoro de Almeida
• O Feliz Independente do Mundo e da Fortuna (1779) ― novela


Bibliografia
(Massaud Moisés, A Criação Literária - Prosa I)
(Massaud Moisés, A Literatura Portuguesa)
(Nelly Novaes Coelho, Literatura e Língua)
NB: Ainda não pude consultar os livros de João Palma-Ferreira.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Mais Dicionários da Língua Portuguesa

Num post anterior listei os primeiros dicionários e gramáticas na e da língua portuguesa; agora faço outra lista dos dicionários gerais da língua portuguesa que existem atualmente. E tudo começou porque andava à procura de um dicionário geral, moderno, que completasse os velhinhos Lello Ilustrado e Porto Editora 5.ª edição que havia lá por casa, e fui parar, inevitàvelmente, à página da resposta de Edite Prada no Ciberdúvidas [1] onde ela aconselha os melhores. Partindo disso não pude deixar de vasculhar quais os outros que existem e o que foi possível da história de cada um. O que aprendi, aqui o deixo.

NOTA BENE: Um dicionário geral de língua «tem como objetivo dar conta do maior número possível de unidades de uma língua, bem como do maior número possível de acepções relativamente a cada unidade, abordando, assim, não apenas a norma, como usos, mais específicos da língua (coloquial/informal, especializado literário, etc.)». [Margarita Correia (2005), Inovação lexical em português, Edições Colibri, p. 21]

Bons dicionários: 
- Dicionário da Língua Portuguesa (1 vol.), Porto Editora, Porto, 8.ª edição, 1999.[1] {sobretudo a partir da 7.ª edição, 1995}
- Dicionário Universal da Língua Portuguesa (1 vol.), Texto Editores, Lisboa, 2005.[1]

Para informação mais detalhada:
- Grande Dicionário da Língua Portuguesa (12 vols.) de António de Morais e Silva, Confluência, Lisboa, 10.ª ed. rev. corrig. muito aum. e actualizada (por Augusto Moreno, Cardoso Júnior e José Pedro Machado), 1949-1959. [cópia pública na BNP; 8, pp. 114-115]
- Grande Dicionário da Língua Portuguesa (6 vols.) de José Pedro Machado, Publicações Alfa, Lisboa, 1991.[1,7] {12 vols. na edição Amigos do Livro Editores, 1981}
- Grande Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo, Livraria Bertrand, Lisboa, 1996.[1]
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Temas & Debates e Círculo de Leitores, Lisboa, 2002-2003 {adaptada ao português europeu (edições em 2 volumes, em 6 volumes e em 18 volumes)}.[1]
Grande Dicionário da Língua Portuguesa (1 vol.), Porto Editora, Porto, 2004.[3]

A grande vantagem do Houaiss, para mim, é que traz a etimologia da palavra (e mesmo as várias origens possíveis) e a datação do primeiro registro escrito, o que elimina a necessidade de consultar um dicionário etimológico. O de José Pedro Machado, por muita informação que traga, não traz nem etimologia, nem datação. O de Cândido de Figueiredo, sinceramente, não conheço. O de Morais 10.ª edição traz o que se sabia naquela altura, etimologia e tudo, mas desde então a pesquisa etimológica já alterou muito do que lá vem. Margarita Correia [8] diz que a grande vantagem do Grande Dicionário da Porto Editora é que traz a transcrição fonética das palavras.


Dicionários de autores portugueses:
- Grande Dicionário da Língua Portuguesa (12 vols.) de António de Morais e Silva, Confluência, Lisboa, 10.ª ed. rev. corrig. muito aum. e actualizada (por Augusto Moreno, Cardoso Júnior e José Pedro Machado), 1949-1959.
- Grande Dicionário da Língua Portuguesa de José Pedro Machado, Amigos do Livro, Lisboa, 1981.[1,7]
- Moderno Dicionário da Língua Portuguesa - Lexicoteca (2 vols.), Círculo de Leitores, Lisboa, 1985.
- Lexilello - Novo Dicionário de Língua Portuguesa (5 vols), Lello & Irmão, Porto, 1989.
- Dicionário do Português Básico (1 vol.) de Mário Vilela, Edições ASA, Porto 1990.
Dicionário da Língua Portuguesa (1 vol.), Porto Editora, Porto, 7.ª edição, 1995.[1] {com a ortografia nova a partir de 2008}
Grande Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo, Livraria Bertrand, Lisboa, 25.ª edição (a mais recente), 1996.[1]
- Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea  (2 vols.)da Academia das Ciências de Lisboa, Verbo, Lisboa, 2001.[1]
Grande Dicionário da Língua Portuguesa (1 vol.), Porto Editora, Porto, 2004 {reeditado em 2009 com a ortografia nova}.[3]
- Dicionário Prático Ilustrado (1 vol.) de José e Eduardo Lello, 1952. {é a 4.ª edição do de Jayme de Séguier}
- Novo Dicionário Lello da Língua Portuguesa, Lello Editores, Porto, 2011.
- Dicionário Verbo da Língua Portuguesa de Aldina Vaza e Emília Amor, Editorial Verbo, Lisboa, 2006.
- Dicionário [Universal] da Língua Portuguesa — Léxico, Gramática, Prontuário de Aldina Vaz e Emília Amor, Texto Editora, Lisboa, 2018.[5]

Dicionários de autores brasileiros:
- Novo Aurélio, O Dicionário da Língua Portuguesa, Séc. XXI, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1999.[1]
- Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Editora Positivo, Rio de Janeiro, 2009.
- Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 2001 (Português do Brasil, editada em papel bíblia, num só volume).[1]
- Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Temas & Debates e Círculo de Leitores, Lisboa, 2002-2003 {adaptada ao português europeu (edições em 2 volumes, em 6 volumes e em 18 volumes)}.[1]
Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa de Laudelino Freire, Editora A Noite, Rio de Janeiro, 1939-1944. Teve duas reedições pela Livraria José Olympio Editora (1954, 1957), sem modificações no texto original.[2]
Novíssimo Aulete – dicionário contemporâneo da lín­gua portuguesa, Lexikon, Rio de Janeiro, 2011.
- Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, Editora Melhoramentos, São Paulo, 1998.
- Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, Editora Melhoramentos, São Paulo, 2015.

Dicionários digitais on-line:
Priberam = Lello Universal
Aulete = Caldas Aulête
Infopédia = Porto Editora
Estraviz (galego)
Dicio = Aurélio (?)
- Aberto = Cândido de Figueiredo (1913)
- Houaiss (pago)

Vocabulários e prontuários:
Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, Instituto Internacional de Língua Portuguesa, 2014.
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, Academia Brasileira de Letras, 5.ª edição, 2009, contém 381 000 verbetes.
- Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, Academia das Ciências de Lisboa, 2020, contém 215 000 verbetes.[4]
- Vocabulário Ortográfico do Português, Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada da Universidade de Coimbra, 2.ª edição, 2017, contém 210 000 verbetes.
Vocabulário Ortográfico da Galiza, Academia Galega da Língua Portuguesa, 2018, contém 154 000 verbetes.
Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa de Magnus Bergstrom e Neves Reis, Empresa Nacional de Publicidade, Lisboa, 1.ª edição, 1955.[6,7] {a mais recente edição é da Casa das Letras, Lisboa, 50.ª edição, 2011}
- Vocabulário da Língua Portuguesa de F. Rebelo Gonçalves, Coimbra Editora, Coimbra, 1966.
Prontuário Universal de D'Silvas Filho, Texto Editora, Lisboa, 3.ª versão, 2001.
Novo Vocabulário Ortográfico com Prontuário Anexo de D'Silvas Filho, Guerra & Paz, Lisboa, 2020.

Outras ferramentas:
Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa de Antônio Geraldo da Cunha, Lexikon, Rio de Janeiro, 4.ª edição, 2010.
- Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado, Livros Horizonte, Lisboa, 5.ª edição, 2003. {republicação da 3.ª edição, em 5 vols.}
Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado, Livros Horizonte, Lisboa, 3.ª edição, 2003, 3 vols.
- Websites etimológicos: Origem da Palavra, Dicionário Etimológico
- Dicionário Geral e Analógico da Língua Portuguesa de Artur Bivar, Edições "Ouro", Porto, 1948, 3 vols.
Dicionário Analógico da Língua Portuguesa de Francisco Ferreira Azevedo, Lexikon, Rio de Janeiro, 3.ª edição, 2016.
- Dicionário Mais - Da Ideia às Palavras (tradução do Dictionnaire Plus por Maria do Rosário e Francisco Paiva Boléo), Lisboa Editora e Selecções do Reader's Digest, 1997.
Dicionário de Sinônimos de Antenor Nascentes, Lexikon, Rio de Janeiro, 5.ª edição, 2018.
- Dicionário de Sinónimos, Porto Editora, Porto, 2.ª edição, 2005.
Dicionário de Questões Vernáculas de Napoleão Mendes de Almeida, Editora Caminho Suave, São Paulo, 1981.
Dicionário de Usos do Português do Brasil de Francisco Silva Borba, Editora Ática, São Paulo, 2002.
Dicionário de Locuções e Expressões da Língua de Carlos Alberto de Macedo Rocha, Lexikon, Rio de Janeiro, 2011.
- Novo Dicionário do Português Arcaico ou Medieval de Américo Venâncio Lopes Machado Filho, edição independente, Bahia, 2019. {o autor tinha publicado anteriormente um Pequeno Vocabulário (2013) e um Dicionário Etimológico (2014)}

Referências:
[1] 'Edite Prada 2 jul. 2013' in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/correio/qual-o-melhor-dicionario-da-lingua-portuguesa/18282 [consultado em 12-03-2021]
[2] 'Carlos Rocha  29 jun. 2009' in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/o-dicionario-da-lingua-portuguesa-de-laudelino-freire/26766 [consultado em 12-03-2021]
[3] http://www.acad-ciencias.pt/academia/illlp-novo-dicionario
[4] http://www.acad-ciencias.pt/noticias/detalhe/45
[5] 'Carla Marques' in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/atualidades/montra/livros/dicionario-da-lingua-portuguesa--lexico-gramatica-prontuario/202 [consultado em 12-03-2021]
[6] https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/artigos/rubricas/controversias/nao-se-fala-nao-existe/3029
[7] https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Biblioteca/Dicion%C3%A1rios_e_Gram%C3%A1tica
[8] Margarita Correia, Os Dicionários Portugueses, Caminho, Lisboa, 2009.

AINDA A CONSULTAR:
9. Etimología y diccionarios portugueses.pdf
1694-4497-1-PB.pdf
BEC 55_artigo13.pdf
Xavier 2001 Dicionários e estudos linguísticos do português medieval.pdf
Vázquez Diéguez 2011 Quinientos años de diccionarios en portugués
Verdelho (2002) Dicionarios_breve_historia

sábado, 18 de setembro de 2021

Miscelânia musicante

The BBC Music Magazine top 10 (2016)

1. Beethoven Symphony No 3 (1803)

2. Beethoven Symphony No 9 (1824)

3. Mozart Symphony No 41 (1788)

4. Mahler Symphony No 9 (1909)

5. Mahler Symphony No 2 (1894 rev 1903)

6. Brahms Symphony No 4 (1885)

7. Berlioz Symphonie Fantastique (1830)

8. Brahms Symphony No 1 (1876)

9. Tchaikovsky Symphony No 6 (1893)

10. Mahler Symphony No 3 (1896)

11. Beethoven Symphony No 5

12. Brahms Symphony No 3

13. Bruckner Symphony No 8

14. Sibelius Symphony No 7

15. Mozart Symphony No 40

16. Beethoven Symphony No 7

17. Shostokovich Symphony No 5

18. Brahms Symphony No 2

19. Beethoven Symphony No 6

20. Bruckner Symphony No 7


Best Symphony Orchestras in the US

- San Francisco Symphony Orchestra

- New York Philharmonic

- Boston Symphony Orchestra

- Los Angeles Philharmonic

- Cleveland Orchestra

- Chicago Symphony Orchestra

- Philadelphia Orchestra

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Grandes Maestros, lista pessoal (post em curso)

Grande Música Sinfónica (desde c. 1770 ou das Sinfonias de Paris e de Londres de Joseph Haydn)

Arthur Nikisch (1855-1922), Hungarian

Gustav Mahler (1860-1911), Austrian or German-Czech

Arturo Toscanini (1867-1957), Italian

Willem Mengelberg (1871-1951), Dutch

Serge Koussevitzky (1874-1951), Russian

Pierre Monteux (1875-1964), French

Bruno Walter (1876-1962), German

Thomas Beecham (1879-1961), British

Leopold Stokowski (1882-1977), British

Otto Klemperer (1885-1973), German

Nadia Boulanger (1887-1979), French

Adrian Boult (1889-1983), British

Erich Kleiber (1890-1956), Austrian

Karl Böhm (1894-1981), Austrian

Hans Rosbaud (1895-1962), Austrian

Wilhelm Furtwängler (1896-1954), German

George Szell (1897-1970), Hungarian

John Barbirolli (1899-1970), British

Eugene Ormandy (1899-1985), Hungarian-born American

Fritz Reiner (1888-1963), Hungarian

Eugen Jochum (1902-1987), German

Herbert von Karajan (1908-1989), Austrian

Sergiu Celibidache (1912-1996), Romanian

Georg Solti (1912-1997), Hungarian

Ferenc Fricsay (1914-1963), Hungarian

Jeroným Kubelík (1914-1996), Czech-born Swiss

Carlo Maria Giulini (1914-2005), Italian

Leonard Bernstein (1918-1990), American

Wolfgang Sawallisch (1923-2013), German

Neville Marriner (1924-2016), British

Georges Prêtre (1924-2017), French

Charles Mackerras (1925-2010), Australian

Pierre Boulez (1925-2016), French

Colin Davis (1927-2013), British

Kurt Masur (1927-2015), German

Herbert Blomstedt (b1927), Swedish

André Previn (1929-2019), German

Bernard Haitink (b1929), Dutch

Carlos Kleiber (1930-2004), Austrian

Lorin Maazel (1930-2014), American

Claudio Abbado (1933-2014), Italian

Roger Norrington (b1934), British

Seiji Ozawa (b1935), Japanese

Zubin Mehta (b1936), Indian

Neeme Järvi (b1937), Estonian

Yuri Temirkanov (b1938), Russian

Álvaro Cassuto (b1938), Portuguese

Riccardo Muti (b1941), Italian

Daniel Barenboim (b1942), Argentinian

Mariss Jansons (1943-2019), Latvian

James Levine (1943-2021), American

Michael Tilson Thomas (b1944), American

Kent Nagano (b1951), American

Valery Gergiev (b1953), Russian

Riccardo Chailly (b1953), Italian

JoAnn Falletta (b1954), American

Simon Rattle (b1955), British

Marin Alsop (b1956), American

Esa-Pekka Salonen (b1958), Finnish

Antonio Pappano (b1959), British and Italian

Simone Young (b1961), Australian

Paavo Järvi (b1962), Estonian 

Jaime Martín (b1965), Spanish

Susanna Mälkki (b1969), Finnish

Barbara Hannigan (b1971), Canadian

Mikko Franck (b1979), Finnish

Alondra de la Parra (b1980), Mexican

Gustavo Dudamel (b1981), Venezuelan

Karina Canellakis (b1981), American

Mirga Gražinytė-Tyla (b1986), Lithuanian


Música Antiga (até, talvez, à 3.ª Sinfonia de Beethoven)

Gustav Leonhardt (1928-2012), Dutch

Nikolaus Harnoncourt (1929-2016), Austrian

Claudio Scimone (1934-2018), Italian

Christopher Hogwood (1941-2014), British

David Munrow (1942-1976), British

Jordi Savall (b1941), Catalan

John Eliot Gardiner (b1943), British

Ton Koopman (b1944), Dutch

William Christie (b1944), American-born French 

Trevor Pinnock (b1946), British

Andrew Parrott (b1947), British

Jane Glover (b1949), British

Rudolf Lutz (b1951), Swiss

Reinhard Goebel (b1952), German

Jos van Veldhoven (b1952), Dutch

Emmanuelle Haïm (b1962), French

Jean-Christophe Spinosi (b1964), French

Christina Pluhar (b1965), Austrian

Giovanni Antonini (b1965), Italian

Shunske Sato (b1984), Japanese

quinta-feira, 25 de março de 2021

Principais livros sobre a História de Portugal

Folha de rosto do tomo primeiro da primeira edição da Historia de Portugal de Herculano. Tirada de uma edição digital da obra.

1846-1853
Historia de Portugal (4 volumes, inacabada)
Alexandre Herculano

1869-1874 
Historia de Portugal (8 volumes)
Manuel Pinheiro Chagas

1879 
Historia de Portugal (2 volumes)
Joaquim de Oliveira Martins

1922-1929 
História de Portugal (6 volumes)
Fortunato de Almeida

1928-1981 
História de Portugal (10 volumes)
Damião Peres

1963-1971 
Dicionário de História de Portugal (6 volumes)
Joel Serrão

1972-1974
História de Portugal (2 volumes)
A. H. de Oliveira Marques

1978
História Concisa de Portugal (1 volume)
José Hermano Saraiva

1979-2011
História de Portugal (19 volumes)
Joaquim Veríssimo Serrão

1983-1984
História de Portugal (6 volumes)
José Hermano Saraiva

1990-1992
Nova História de Portugal (12 volumes)
Joel Serrão e A. H. de Oliveira Marques

1993-1995
José Mattoso et al.

1994 (reeditado em 1998 e 2002)
História de Portugal (15 volumes, 20 volumes em 2004)
João Medina et al.

2006
A. H. de Oliveira Marques

2009
Rui Ramos et al.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Gramáticas e Dicionários da Língua Portuguesa

Preciso de citar aqui as primeiras obras sobre a língua castelhana: a Gramática sobre la lengua castellana (1492), os primeiro dicionários de latim-espanhol (1492) e de espanhol-latim (1495), e as Reglas de orthographia en la lengua castellana (1517). São todas de Antonio de Nebrija (1441-1522), que talvez tenha sido o modelo dos primeiros filólogos e lexicógrafos portugueses da língua vernácula.

Frontispício do Thesouro da lingoa portuguesa. Imagem tirada daqui.

1536 Fernão de Oliveira, Grammatica da Lingoagem Portuguesa.

1539 João de Barros, "Cartinha para aprender a ler".

1540 João de Barros, Grammatica da Lingua Portuguesa.

1551 Jerónimo Cardoso, Dictionarium iuventuti studiosae admodum frugiferum.

1558 Francisco Sanches de CastilhoDictionarium Lusitanum et Latinum.

1563 Jerónimo CardosoDictionarium ex lusitanico in latinum sermonem.

1570 Jerónimo Cardoso, Dictionarium latinolusitanicum & vice versa lusitano latinum

1574 Pêro de Magalhães Gandavo, Regras que ensinam a maneira de escrever a orthographia da língua portuguesa.

1576 Duarte Nunes de Leão, Orthographia da lingoa portuguesa.

1580 Michele Ruggieri e Matteo Ricci, "Dicionário de chinês-português".

1603 João RodriguesVocabulario da Lingoa de Japam com Adeclaracao em Portugues ou "Dicionário japonês-português Nippo Jisho".

1611 Agostinho Barbosa, Dictionarium Lusitanico-Latinum.

1619 Padre Amaro Roboredo, Methodo grammatical para todas as linguas.

1631 Álvaro Ferreira de Vera, Ortographia ou Arte para Escrever Certo na Lingua Portuguesa.

1647 Padre Dom Bento PereiraThesouro da lingoa portuguesa.

1651 Alexandre de Rhodes, "Dicionário Vietnamita-Português-Latim".

1666 Padre Dom Bento Pereira, Regras geraes, breves, e comprehensivas da melhor ortografia, com que se podem evitar erros no escrever da lingua latina, e portugueza.

1671 João Franco Barreto, Ortografia da Língua Portugueza.

1721 Padre Rafael Bluteau, Vocabulario Portuguez e Latino (1712-1721 e 1727-1728).

1721 Padre Rafael Bluteau, Diccionario Castellano y Portuguez para facilitar a los castellanos el uso del Vocabulario Portuguez, y Latino (impresso no último volume do Vocabulario).

1734 João de Morais Madureira FeijóOrthographia, ou Arte de Escrever, e Pronunciar com acerto a Lingua Portugueza.

1783 Bernardo de Lima e Melo Bacelar, Diccionario da língua portugueza.

1786 Francisca de Chantal Álvares (Soror Anna Ignacia do Coração de Jesus), Breve Compendio da Gramatica Portugueza para uso das Meninas que se educaõ no Mosteiro da Vizitaçaõ de Lisboa.

1789 António de Morais e SilvaDiccionario da Lingua Portugueza.

1793 Diccionario da Lingoa Portugueza da Academia Real das Sciencias de Lisboa (do qual só se publicou o primeiro volume, o da letra A ― o último verbete é o da palavra "azurrar").

No século XIX e, principalmente, no século XX houve já uma abundância de gramáticas e dicionários que não vou listar aqui. Toda a informação contida neste post pode ser encontrada fàcilmente na net. Este texto de Telmo Verdelho, da Universidade de Aveiro, é também um bom começo para o curioso destas coisas. Há também a publicação Os Dicionários Portugueses, de Margarita Correia, mas ainda não tive oportunidade de a ler.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Parlamentos Portugueses

Ver também a postagem As Primeiras Cortes da Península.

1143 Cortes de Lamego (lendárias)
SÉCULO XIII         Convocadas por:
1211 Cortes de Coimbra              Rei Dom Afonso II
1254 Cortes de Leiria         Rei Dom Afonso III
1256 Cortes de Guimarães         Rei Dom Afonso III
1261 Cortes de Guimarães         Rei Dom Afonso III
1273 Cortes de Santarém                 Rei Dom Afonso III
1282 Cortes de Évora         Rei Dom Dinis I
1283 Cortes de Coimbra         Rei Dom Dinis I
1285 Cortes de Lisboa         Rei Dom Dinis I
1288 Cortes de Guimarães         Rei Dom Dinis I
1289 Cortes de Lisboa         Rei Dom Dinis I

SÉCULO XIV         Convocadas por:
1323 Cortes de Lisboa         Rei Dom Dinis I
1325 Cortes de Évora         Rei Dom Afonso IV
1331 Cortes de Santarém                 Rei Dom Afonso IV
1334 Cortes de Santarém         Rei Dom Afonso IV
1335 Cortes de Coimbra         Rei Dom Afonso IV
1340 Cortes de Santarém         Rei Dom Afonso IV
1350 Cortes de Santarém         Rei Dom Afonso IV
1352 Cortes de Lisboa         Rei Dom Afonso IV
1361 Cortes de Elvas         Rei Dom Pedro I
1371 Cortes de Lisboa         Rei Dom Fernando I
1372 Cortes de Porto         Rei Dom Fernando I
1372 Cortes de Leiria         Rei Dom Fernando I
1373 Cortes de Santarém         Rei Dom Fernando I
1375 Cortes de Atouguia         Rei Dom Fernando I
1376 Cortes de Leiria         Rei Dom Fernando I
1380 Cortes de Torres Novas         Rei Dom Fernando I
1383 Cortes de Santarém         Rei Dom Fernando I
1385 Cortes de Coimbra         João, Mestre de Avis
1387 Cortes de Coimbra         Rei Dom João I
1387 Cortes de Braga         Rei Dom João I
1389 Cortes de Lisboa         Rei Dom João I
1390 Cortes de Coimbra         Rei Dom João I
1391 Cortes de Évora         Rei Dom João I
1391 Cortes de Viseu         Rei Dom João I
1393 Cortes de Atouguia         Rei Dom João I
1394-95 Cortes de Coimbra         Rei Dom João I
1396 Cortes de Santarém         Rei Dom João I
1397 Cortes de Coimbra         Rei Dom João I
1398 Cortes de Coimbra         Rei Dom João I
1398 Cortes de Porto         Rei Dom João I
1399 Cortes de Lisboa         Rei Dom João I
1400 Cortes de Coimbra         Rei Dom João I

SÉCULO XV             Convocadas por:
1401 Cortes de Guimarães                 Rei Dom João I
1402 Cortes de Montemor-o-Novo   Rei Dom João I
1402 Cortes de Santarém                    Rei Dom João I
1404 Cortes de Lisboa                 Rei Dom João I
1406 Cortes de Santarém         Rei Dom João I
1408 Cortes de Évora         Rei Dom João I
1410 Cortes de Lisboa         Rei Dom João I
1412 Cortes de Lisboa         Rei Dom João I
1413 Cortes de Lisboa         Rei Dom João I
1416 Cortes de Estremoz         Rei Dom João I
1417 Cortes de Lisboa         Rei Dom João I
1418 Cortes de Santarém                 Rei Dom João I
1427 Cortes de Lisboa         Rei Dom João I
1430 Cortes de Santarém                 Rei Dom João I
1433 Cortes de Leiria-Santarém      Rei Dom Duarte I
1436 Cortes de Évora                         Rei Dom Duarte I
1438 Cortes de Leiria         Rei Dom Duarte I
1438 Cortes de Torres Novas         Regente Dona Leonor
1439 Cortes de Lisboa         Regente Dona Leonor
1441 Cortes de Torres Vedras         Regente Dom Pedro
1442 Cortes de Évora         Regente Dom Pedro
1444 Cortes de Évora         Regente Dom Pedro
1446 Cortes de Lisboa         Regente Dom Pedro
1447 Cortes de Évora         Regente Dom Pedro
1451 Cortes de Santarém         Rei Dom Afonso V
1455 Cortes de Lisboa         Rei Dom Afonso V
1456 Cortes de Lisboa         Rei Dom Afonso V
1459 Cortes de Lisboa         Rei Dom Afonso V
1460 Cortes de Évora         Rei Dom Afonso V
1465 Cortes de Guarda         Rei Dom Afonso V
1468 Cortes de Santarém         Rei Dom Afonso V
1471 Cortes de Lisboa         Rei Dom Afonso V
1472-73 Cortes de Coimbra         Rei Dom Afonso V
1473 Cortes de Lisboa         Rei Dom Afonso V
1475 Cortes de Évora         Rei Dom Afonso V
1476 Cortes de Lisboa         Rei Dom Afonso V
1477 Cortes de Montemor-o-Novo   Rei Dom Afonso V
1477 Cortes de Santarém         Regente Dom João
1478 Cortes de Lisboa         Regente Dom João
1481-82 Cortes de Évora         Rei Dom João II
1482 Cortes de Santarém         Rei Dom João II
1490 Cortes de Évora         Rei Dom João II
1495 Cortes de Montemor-o-Novo   Rei Dom Manuel I
1498 Cortes de Lisboa         Rei Dom Manuel I
1499 Cortes de Lisboa         Rei Dom Manuel I

Plano dos lugares para os representantes das cidades e vilas nas Cortes de Évora 1481-1482. "Porto / Evora / Lisboa / Coimbra / Santarem || Aguarda / Viseu / Bragua / Lamego / Sylves || Leirea / Beja / Eluas / Guimaraes / Tauilla || Bragança / Tomar / Estremos / Montemor onovo / Couilhã || Ponte delima / Faraaõ / VillaReal / Moura / Montemor ouelho || Sintra / Torres nouas / Alenquer / Castelbranco / Aueyro || Nisa / Portalegre / Torres uedras / Obidos / Setuaal / Alcaçer / Almada || Oliuença / Lagos / Cerpa / Mouraõ / Trancoso || Auis / Arronches / Pinhel / Abrantes / Loullé || Alter / Freixo / Valença / Monçaõ / Alegrete || Castel R.º / Castel dauide / Penamaçor / Maruaõ / Sertae͂ || Crato / Fronteira / Monforte / Veyros / Campo Mayor || Atorre / Crasto Marim / Viana delima / Palmella / Cabeca deuide || Miranda dedoiro / Coruche / Monsanto / Gavaaõ / Panoyas || Arrayolos / Ourique / Albofeiraõ / Borba / Portel || Monsaras / Villaviçosa / Penella". Imagem tirada daqui.

SÉCULO XVI         Convocadas por:
1502 Cortes de Lisboa         Rei Dom Manuel I
1525 Cortes de Torres Novas              Rei Dom João III
1535 Cortes de Évora         Rei Dom João III
1544 Cortes de Almeirim         Rei Dom João III
1562 Cortes de Lisboa         Regente Dona Catarina
1579 Cortes de Lisboa         Rei Dom Henrique I
1580 Cortes de Almeirim         Rei Dom Henrique I
1581 Cortes de Tomar         Filipe, Rei de Espanha
1583 Cortes de Lisboa         Rei Dom Filipe I

SÉCULO XVII         Convocadas por:
1619 Cortes de Lisboa         Rei Dom Filipe II
1641 Cortes de Lisboa         Rei Dom João IV
1642 Cortes de Lisboa         Rei Dom João IV
1645-46 Cortes de Lisboa         Rei Dom João IV
1653 Cortes de Lisboa         Rei Dom João IV
1667-68 Cortes de Lisboa         Câmara de Lisboa
1673-74 Cortes de Lisboa         Regente Dom Pedro
1679-80 Cortes de Lisboa         Regente Dom Pedro
1697-98 Cortes de Lisboa         Rei Dom Pedro II

SÉCULO XVIII
(não reuniram Cortes, não foram convocadas)

SÉCULO XIX
1821-22 Cortes Gerais e Extraordinárias
1822-23 Cortes da Nação Portuguesa (deputados)
1826-28 Cortes Gerais do Reino (deputados e pares)
1828 Cortes de Lisboa                            Rei Dom Miguel I
1834-36 Cortes Gerais do Reino (deputados e pares)
1837-38 Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes
1838-42 Cortes Gerais do Reino (deputados e senadores)
1842-1910 Cortes Gerais do Reino (deputados e pares)

SÉCULO XX
1911 Assembleia Nacional Constituinte
1911-26 Congresso da República (deputados e senadores)
1935-74 Assembleia Nacional (deputados)
1975-76 Assembleia Constituinte
1976- Assembleia da República (deputados)