IV
Não se coibiu de ir à porta ver se estava lá alguém e à janela a ver se alguém o estava a observar. Não esperava ver ninguém, mas alguém ali tinha ido e plantado aquele enigma, bolas! E teve de ser alguma coisa premeditava, porque ninguém inventa um enigma e escreve um código em 10 minutos...
Lembrou-se de ir mostrar à Yvonne. Copiou a estranha mensagem para um e-mail e enviou-o. Depois subiu.
— Yvonne, regard ça!
Raramente falava francês, até porque tinha consciência de que falava mal, mas aquilo saiu-lhe. E a resposta foi silêncio: a Yvonne não estava na sala. Lá estava a torre de computador escavacada e o laptop, mas desligado e fechado. Também ali estava a mochila dela...
— Onde é que ela se meteu?
Talvez na casa de banho, mas se tivesse saído por pouco tempo não teria desligado o laptop que demora tanto a reiniciar. E não foi para casa porque teria levado a mochila — e teria ido lá abaixo despedir-se dele...
Nisto ouviu um barulho na escada. Afinal sempre lá estava mais alguém, fosse Yvonne ou não. Correu para a escada, espreitou por cima do corrimão para o vão. Não viu ninguém.
Teve a fantasia de ir espreitar a casa de banho das senhoras, mas reprimiu o pensamento.
— Devem estar a gozar comigo...
Assomou ainda à sala de Yvonne mas decidiu voltar para baixo.
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