Isto são apenas alguns excertos do livro de Onésimo que me fizeram relembrar o meu espanto quanto à «Filosofia Portuguesa» com que concluí uma anterior postagem. Afinal houve (ou há), ainda por cima, um movimento que se quis filosófico e que se (auto-?)intitulou, com grande falta de criatividade, Filosofia Portuguesa, o que ainda complica mais o assunto. Vale a pena ler os textos completos, mas isto é só uma nota para mim próprio, que agora não tenho tempo de escrever um comentário coeso.
«Perante tais arrojos, parece justificar-se a ignorância displicente que à Filosofia Portuguesa vota a maioria da camada intelectual lusa ou lusófila.» p. 155
«Nós sabemos hoje, depois de Wittgenstein, que o sentido é o uso.» p. 220
«Ora, em semântica é regra fundamental que o significado é o uso. Dito de outro modo: para se saber o que significa uma palavra ou uma expressão, analisa-se o contexto em que é usada.» p. 225
«Quando [Ramón] Piñeiro diz que "en realidade cada home tem a súa filosofía", quer dizer que cada homem (e mulher, naturalmente) tem a sua mundividência (...).» p. 221
«(...) sobre a famigerada questão da filosofia portuguesa (...) [Manuel Antunes] resolv[eu] a questão com uma frase lapidar: "Se é nacional não é filosofia, se é filosofia não é nacional." (...) [a] sua explicação do que a filosofia não é; especificamente ela não é visão do mundo (...). (...) filosofia, em si, e visão do mundo, em si, não são plenamente idênticas nem sequer identificáveis.» p. 231
― Onésimo Teotónio Almeida (2017) A Obsessão da Portugalidade. Quetzal.
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