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Está na altura de escrever qualquer coisa. Uma crónica, qualquer coisa... Escrever sobre isto e aquilo, esta vida e a outra, a que tenho e a que poderia ter se não tivesse esta. Vejo séries de televisão na internet, leio as notícias nos jornais portugueses, mantenho-me altamente improdutivo. Tudo sentado na cama. Vegeto, portanto. Tenho uma sensação irritante de estar à espera. Espera de quê? Fácil: de sair daqui, acabar isto tudo e voltar. Ao meu mundo, ainda que vá parecer diferente quando voltar. (suspiro) Por enquanto mais do mesmo: amanhã, duche, café, autocarro; mais trabalho moderado, muita burocracia; almoço reles, caríssimo; um curso obrigatório imbecil; mais trabalho. Finalmente, autocarro, casa, dois dedos de conversa, jantar e vegetar outra vez. Vai ser mais um dia, como o foi hoje, como o foi ontem. Passo a passo. Está ali o calendário, estou a vê-lo na parede a mostrar-me os dias, impúdico, pirraceiro. É melhor esquecê-lo e passar de dias para horas: aguentam-se melhor e passam mais depressa. São 11:29 p.m., depressa vai chegar o amanhã. Fim da crónica, vou dormir.
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