sábado, 29 de março de 2025

Romances e novelas no século XIX português

[AH] Alexandre Herculano
[AG] Almeida Garrett
[AC] Andrade Corvo
[RS] Rebelo da Silva
[  ] Camilo Castelo Branco
[JD] Júlio Dinis
[EQ] Eça de Queirós
[CC] Cláudia de Campos

1843: O Bobo (1128) [AH]
1844: Eurico, o Presbítero: Época Visigótica [AH]
1845: O Arco de Sant'Ana, vol. I [AG]
1846: Viagens na Minha Terra (2 volumes) [AG]
1848: O Monge de Cister; Época de D. João I [AH]
1850: O Arco de Sant'Ana, vol. II [AG]
1850/1851: Um Ano na Corte (2 volumes) [AC]
1851: Anátema
1851: Lendas e narrativas (2 volumes) [AH]
1851: O Pároco de Aldeia (1825) [AH]
1851: O Galego: Vida, ditos e feitos de Lázaro Tomé [AH]
1852/1853: A Mocidade de D. João V (em 4 volumes) [RS]
1854: Mistérios de Lisboa (em 3 volumes)
1854: A Filha do Arcediago
1855: Livro Negro de Padre Dinis
1856: A Neta do Arcediago
1856: Onde Está a Felicidade?
1856: Um Homem de Brios
1857: Lágrimas Abençoadas
1857: Cenas da Foz
1858: Carlota Ângela
1858: Vingança
1858: Que Fazem Mulheres
1861: Doze Casamentos Felizes
1861: O Romance de um Homem Rico
1862: As Três Irmãs
1862: Amor de Perdição
1862: Coisas Espantosas
1862: Coração, Cabeça e Estômago
1862: Estrelas Funestas
1863: Anos de Prosa
1863: Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado
1863: O Bem e o Mal
1863: Estrelas Propícias
1863: Memórias de Guilherme do Amaral
1863: Agulha em Palheiro
1863: Lágrimas e Tesouros (2 volumes) [RS]
1864: Amor de Salvação
1864: A Filha do Doutor Negro
1864: Vinte Horas de Liteira
1865: O Esqueleto
1865: A Sereia
1866: A Enjeitada
1866: O Judeu (em 2 volumes)
1866: O Olho de Vidro
1866: O Santo da Montanha
1866: A Queda dum Anjo
1866: As Pupilas do Senhor Reitor [JD]
1867: A Bruxa de Monte Córdova
1867: A Doida do Candal
1867: O Senhor do Paço de Ninães
1867: Uma Família Inglesa [JD]
1868: Mistérios de Fafe
1868: O Retrato de Ricardina
1868: O Sangue
1868: A Morgadinha dos Canaviais [JD]
1869: Os Brilhantes do Brasileiro
1870: A Mulher Fatal
1870: Serões da Província [JD]
1870: O Mistério da Estrada de Sintra [EQ]
1971: Os Fidalgos da Casa Mourisca [JD]
1872: Carrasco de Victor Hugo José Alves
1872: Livro de Consolação
1873/74: O Demónio do Ouro (em 2 volumes)
1874: O Regicida
1875: A Filha do Regicida
1875: O Crime do Padre Amaro [EQ]
1875/76: A Caveira da Mártir (em 3 volumes)
1875/77: Novelas do Minho, em 8 novelas repartidas por 12 fascículos:
1. Gracejos que matam (Fascículo I, 1875)
2. O comendador (Fascículo II, 1876)
3. O cego de Landim (Fascículo III, 1876)
4. A morgada de Romariz (Fascículo IV, 1876)
5. O filho natural (Fascículo V e VI, 1876)
6. Maria Moisés (Fascículo VII, 1876; Fascículo VIII,1877)
7. O degredado (Fascículo IX, 1877)
8. A viúva do enforcado (Fascículo X, XI e XII, 1877)
1878: O Primo Basílio [EQ]
1879: Eusébio Macário
1880: A Corja
1880: O Mandarim [EQ]
1882: A Brasileira de Prazins
1886: Vulcões de Lama
1887: A Relíquia [EQ]
1888: Os Maias [EQ]
1894: Último Amor [CC]
1897: A Esfinge [CC]
1899: Ele [CC]
1900: A Ilustre Casa de Ramires [EQ]

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Citações objectivas

«Já sabemos quais são os recursos que temos cá no nosso país: [...] é a nossa qualidade de vida; é, antes de tudo, o famoso "jardim à beira-mar plantado". E, portanto, acho que temos todo o interesse em

1) proteger esse "jardim à beira-mar plantado"; 
2) proteger a coesão da nossa sociedade, que é o fundamento da segurança que temos neste país; e
3) promover a educação científica para que, 
4) com boas infra-estruturas ―
 
3) uma boa educação científica, 
4) com boas infra-estruturas, 
2) num país seguro, 
1) com uma qualidade de vida muito elevada ― 

[o país] se possa tornar num centro de criação de valor, que vai equilibrar a nossa "pegada" de criação de riqueza, para que essa "pegada" não seja totalmente desequilibrada no sentido do turismo ― que, obviamente, temos de desenvolver, que é [d]o nosso interesse, mas isso não quer dizer que, no PIB português em 2050, o turismo português represente 50%, não é isso que nos interessa; tem de representar um montante mais elevado, mas numa repartição dessa riqueza que seja equilibrada e, portanto, equilibrada por outros factores de criação de riqueza.»

― Carlos Tavares, antigo presidente executivo da Stellantis, na Rádio Observador 27/01/2025. https://youtu.be/1a7wsyoIgvA?t=1464


"Souvenons-nous de la phrase la plus connue de Margaret Thatcher : « There is no such thing as society » (« La société, ça n’existe pas »), souvent citée, avec raison, tellement elle est centrale. [...] Pourtant cette phrase, si extraordinaire dans sa radicalité, nous révèle une vérité cachée du néolibéralisme : sa négation pure et simple de la réalité. À moins qu’elle ne formule un souhait : la destruction de ce dont on nie l’existence, la société."
― Emmanuel Todd (2024) La Défaite de l'Occident. Éditions Gallimard, p. 152


"L’Occident semble s’être figé quelque part entre 1990 et 2000, entre la chute du mur de Berlin et un bref moment de toute-puissance. Plus de trente ans ont passé depuis la chute du communisme et il est clair que, pour le reste du monde, désormais, particulièrement depuis la Grande Récession de 2007-2008, il a cessé d’être un vainqueur admirable. La globalisation qu’il a déclenchée s’essouffle, son arrogance exaspère. Le narcissisme occidental, l’aveuglement qui s’ensuit, est devenu l’un des atouts stratégiques majeurs de la Russie."
― Emmanuel Todd (2024) La Défaite de l'Occident. Éditions Gallimard, p. 220


"Je suis personnellement convaincu que les efforts des États-Unis pour séparer l’Allemagne de la Russie – l’une de leurs obsessions stratégiques depuis 1990 – finiront par échouer. Sur la carte de l’Europe, deux forces majeures sautent aux yeux, l’Allemagne et la Russie. Leur commune fécondité de 1,5 enfant par femme les apaise et les rapproche. Elles ne peuvent plus se faire la guerre ; leurs spécialisations économiques les désignent comme complémentaires. Tôt ou tard, elles collaboreront. La défaite américano-ukrainienne ouvrira la voie à leur rapprochement. Les États-Unis ne pourront indéfiniment endiguer la force pour ainsi dire gravitationnelle qui attire réciproquement l’Allemagne et la Russie."
― Emmanuel Todd (2024) La Défaite de l'Occident. Éditions Gallimard, p. 248


«— O que é que eu posso fazer? — respondi. — Acabei de ver um fantasma no meu quarto.
— E você diz isso como se tivesse visto um cão atrás de um gato.
— Você brinca, mas deixe-me que lhe diga: um fantasma é sempre um fantasma.
— Lá isso é verdade. Mas e se uma pessoa não acreditar em fantasmas?
— Está bem, e você acha que eu acredito em fantasmas? E em que é que o meu não acreditar em fantasmas me ajuda?
— Muito simples. Escusa de ficar assustado se lhe aparecer um fantasma.»
― Franz Kafka, Contos, p. 189.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Boas Festas


Georg Friedrich Händel: Messiah 13. For unto us a child is born Monteverdi Choir English Baroque Soloists John Eliot Gardiner

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Romances e novelas de Camilo Castelo Branco

É surpreendentemente difícil encontrar on-line a lista completa dos romances e novelas de Camilo. Só se encontram selectas e listas de «obras principais» (e quem decide o que é principal?). Eu sei que o homem publicou umas 260 obras e que não seria prático estar a decliná-las todas cada vez que se fala no escritor, mas seria agradável achar os títulos todos pelo menos uma vez... Vou, como tal, deixá-los aqui para meu uso pessoal e para quem mais ende quiser fazer uso. São 60, se aceitarmos contar as Novelas do Minho como uma só obra, caso contrário serão 67 obras de ficção. As quatro colectâneas de narrativas curtas (ficção, mas incluem também ensaios, crónicas e até peças de teatro), o folheto de cordel e o romance destruído poderiam ficar de fora ― o total anda à volta das 60 obras, dependendo do método de contagem.

1848: Maria! Não me mates que sou tua mãe! (folheto de cordel)

1851: Anátema (o seu primeiro romance)

1854: Mistérios de Lisboa (em 3 volumes)

1854: A Filha do Arcediago

1854: Um Livro* (colectânea de narrativas curtas)

1855: Livro Negro de Padre Dinis

1856: A Neta do Arcediago

1856: Onde Está a Felicidade?

1856: Um Homem de Brios

1857: Lágrimas Abençoadas

1857: Cenas da Foz

1858: Carlota Ângela

1858: Vingança

1858: Que Fazem Mulheres

1861: Doze Casamentos Felizes

1861: O Romance de um Homem Rico

1862: As Três Irmãs

1862: Amor de Perdição

1862: Coisas Espantosas

1862: Coração, Cabeça e Estômago

1862: Estrelas Funestas

1863: Anos de Prosa

1863: Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado

1863: O Bem e o Mal

1863: Estrelas Propícias

1863: Memórias de Guilherme do Amaral

1863: Cenas Inocentes da Comédia Humana* (narrativas curtas)

1863: Agulha em Palheiro

1863: Noites de Lamego* (narrativas curtas)

1864: Amor de Salvação

1864: A Filha do Doutor Negro

1864: Vinte Horas de Liteira

1865: O Esqueleto

1865: A Sereia

1866: A Enjeitada

1866: O Judeu (em 2 volumes)

1866: O Olho de Vidro

1866: O Santo da Montanha

1866: A Queda de um Anjo

1867: A Bruxa de Monte Córdova

1867: A Doida do Candal

1867: O Senhor do Paço de Ninães

1868: Mistérios de Fafe

1868: O Retrato de Ricardina

1868: O Sangue

1869: Os Brilhantes do Brasileiro

1870: A Mulher Fatal

1872: A Infanta Capelista (destruída; aproveitada para:)

1872: Carrasco de Victor Hugo José Alves

1872: Livro de Consolação

1873/74: O Demónio do Ouro (em 2 volumes)

1874: O Regicida

1875: A Filha do Regicida

1875/76: A Caveira da Martyr (em 3 volumes)

1875/77: Novelas do Minho, em 8 novelas repartidas por 12 fascículos:

1. Gracejos que matam (Fascículo I, 1875)

2. O comendador (Fascículo II, 1876)

3. O cego de Landim (Fascículo III, 1876)

4. A morgada de Romariz (Fascículo IV, 1876)

5. O filho natural (Fascículo V e VI, 1876)

6. Maria Moisés (Fascículo VII, 1876; Fascículo VIII,1877)

7. O degredado (Fascículo IX, 1877)

8. A viúva do enforcado (Fascículo X, XI e XII, 1877)

1879: Eusébio Macário

1880: A Corja

1882: A Brasileira de Prazins

1885/86: Serões de S. Miguel de Ceide* (narrativas curtas)

1886: Vulcões de Lama

Não incluo, portanto, textos de não-ficção como Memórias do Cárcere, biografias, etc., nem peças de teatro, poesia, enfim. As obras completas de Camilo (Publicadas sob a direcção de Justino Mendes de Almeida. Estudos biobibliográficos, fixação do texto e anotações. 1982. Lello & Irmão ― Editores. Porto. 18 vols. 12,5×19,5 cm. Encadernações do editor. Impressos sobre papel bíblia [ver, por exemplo, aqui]) contêm:

  • Romances e Novelas: Vols. I - IX 
  • Teatro: Vols. IX - X 
  • Poesia: Vols. X - XI 
  • Narrativas: Vol. XI 
  • Crónicas: Vol. XII 
  • Artigos: Vol. XIII 
  • Biografias: Vol. XIII 
  • Miscelâneas: Vols. XIII - XVI 
  • História e Crítica: Vol. XVI 
  • Polémica: Vol. XVII 
  • Correspondência: Vols. XVII - XVIII 
  • Prefácios: Vol. XVIII
Ainda assim, como se vê, 9 volumes ― metade da sua obra! ― é ficção. Haja criatividade!

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Citações esparças

"No one is afraid of heights, they're afraid of falling down."
― Kurt Cobain

"Empathy is one of the strongest forces in conservation and can achieve more than any number of rules and regulations. (...) The closer the animals are to us, the greater our empathy. And I mean that literally, which is one reason I'm not opposed to zoos, in principle, as long as the animals are looked after in a species-appropriate manner."
― Peter Wohlleben, The Secret Wisdom of Nature, p. 95.

Queen Victoria favoured Benjamin Disraeli over William Gladstone as prime minister, because when talking to Gladstone, he made her feel like he was the most intelligent person in the room; when talking to Disraeli, he made her feel like she was the most intelligent person in the room.

"É óbvio que os nobres não têm qualquer razão para deixar que a sua interpretação [das leis] seja influenciada por interesses pessoais adversos aos nossos, já que desde o início as leis foram feitas para vantagem deles."
― Franz Kafka, Contos, p. 57.

"A porcelana interessou (também) os alquimistas. [...] A fórmula trazida da China pelos dominicanos é grosseira, em minha opinião. Quero outra porcelana (leve, capaz de voar): a dos fornos quiméricos. [...] hei-de encontrar a fórmula da porcelana imponderável. [...] Praticamente sem peso. Imagino-a muito perto da névoa: translúcida e mudando de forma (sem se quebrar)."
― Carlos de Oliveira (1978) Finisterra: paisagem e povoamento, pp. 45-46, Sá da Costa.

"Seguiram pontual e ostensivamente o rytho romano, guardando em secreto os preceitos d'uma religião comesinha que ainda hoje nos parece ser a predominante na Europa: a religião da absoluta indiferença por todas."
― Camilo Castelo Branco (1868) O Sangue, p. 22.

"O principal luxo de uma refeição portuguesa consiste na sobremesa; cada pessoa toma uma ou mais colheres cheias de doce, que quanto mais açúcar tiver mais apreciado é; atrás de cada cadeira acha-se um criado com um grande copo de água fresca, que se bebe imediatamente depois do doce. (...) Engolem a água devagar, para prolongar a deliciosa sensação que produz no paladar quando misturada com o doce de que antes se impregnou, o que, segundo eles, excede em muito o prazer que provoca o melhor vinho. É certo que os bebedores de água (...) neste país, sobretudo a classe alta (...) distinguem com uma espantosa delicadeza cada diferença de gosto nas águas que bebem, o que nos seria totalmente imperceptível, a nós que, comparativamente, temos o sentido do gosto embotado pelo uso frequente do vinho e dos outros licores inebriantes."
― Arthur William Costigan, Esq., Captain of the Irish Brigade (1778)

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

(sem título ou falsa biblioteca em fogo)